sábado, 31 de janeiro de 2015

O PODER DE JESUS

O PODER DE JESUS Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho* Em Cafarnaum Jesus com seu poder divino operou vários milagres, desde a cura da sogra de São Pedro até outras doenças inclusive expulsou muitos demônios (Mc 1,29-39). Inúmeras outras passagens dos Evangelhos sempre mostram esta atividade do Filho de Deus sanando enfermidades do corpo e da alma. Isto é muito significativo. De fato, um notável valor é dado pelos evangelistas a esta atividade medicinal de Jesus, salientando os milagres de cura. Este foco nas curas do corpo e da alma mostra quão importante é o ser humano destinado à ressurreição gloriosa, quando a vulnerabilidade humana sujeita à morte será completamente sanada. Jesus, que sofrerá terrivelmente lá no Calvário, morreria, mas ressuscitaria imortal e impassível. Ele que curou a tantos doentes, um dia, venceria, definitivamente, para cada um de seus seguidores esta doença radical que é a morte. Deste modo, chegaria ao ápice seu ministério salvífico. Cumpre, portanto, renovar sempre uma total confiança no poder de Jesus. Este se interessa pela saúde do corpo e da alma daqueles que nele creem, sempre pronto a ajudá-los nos sofrimentos ao longo da trajetória terrena. Se a cura não ocorre imediatamente Ele oferece sustentáculo para que se leve com paciência a cruz de cada momento. O cristão sabe em todas as ocasiões que esta carne de sofrimentos ressuscitará para viver eternamente com seu Redentor como membros de seu Corpo místico. Deste modo, os milagres estão relacionados com a revelação, pois explicitam o conteúdo principal da pregação de Jesus que é o amor que Deus tem por todos e o bem que ele concede a quem o implora como manifestação desta dileção sem limites. . Eis por que é necessário parar, reconhecer a fragilidade humana e clamar ao Senhor pedindo-Lhe ajuda e Ele nunca deixará de vir ao encontro de quem padece, pois é todo poderoso. Jesus é aquele que, em qualquer lugar, a qualquer hora, liberta as pessoas de toda a alienação e de tudo o que as impede de ter vida plena. O mundo criado, assim como o ser humano, estão continuamente abertos à ação divina criadora e salvadora. Tanto a natureza quanto a história estão sempre abertas à intervenção divina. Em consequência, os milagres operados pelo Filho de Deus não devem ser interpretados como interrupções das leis da natureza. O prodígio na vida de quem crê é toda comunicação de presença vivificadora e libertadora de Deus, mas sempre uma comunicação feita com poder. Esta foi a maneira de agir Jesus que continua sua ação vivificadora através dos tempos. Todas as ações de Jesus registradas nos Evangelhos manifestam como Ele se debruçava sobre as dores humanas para comunicar vida, liberdade. Esse se doar por inteiro com gestos e palavras, sendo Ele sensível ao mais necessitados no dia a dia, é uma proposta revolucionária para seus seguidores. Hoje os pobres, os doentes são utilizados tantas vezes para consumir os produtos de oferta, gerando muitas vezes uma mentalidade de alienação e não de gratuidade e liberdade. A ação de Jesus jamais visou sua promoção ou uma ideologia qualquer ou uma visão preconceituosa do mundo e das pessoas. Ele curou a sogra de São Pedro porque lhe disseram que ela estava enferma. Como relatou ainda São Marcos, “à tarde, depois do por do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio”. Ele não era um ativista que tinha necessidade de sentir que Ele era importante. Eis porque “não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era”. Ele curava porque as pessoas colocavam sua esperança nele. Seu poder não era nunca um pedestal que O conduzisse a um mero louvor terreno. Ele andava por toda a parte escutando os clamores dos sofredores. Estava sempre à procura dos que padeciam e ajudava sem ulteriores interesses pessoais. Eis a razão pela qual Ele ensinou com relação a qualquer dádiva ao próximo: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mt 6,3). Confiemos então em Jesus, saibamos imitá-lo e seremos seus verdadeiros discípulos e veremos maravilhas em nosso derredor. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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