PARALELO ENTRE SÃO PAULO E SANTA RITA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Um grande amor a Jesus Cristo caracterizou São Paulo e Santa Rita e, por isto, um paralelo entre estes dois notabilíssimos santos leva a uma admiração por suas vidas admiráveis, dedicadas à glória de Deus e salvação das almas, conduzindo isto à imitação de suas virtudes. Ambos trilharam caminhos complementários, porque se integram mutuamente pondo em relevo a diversidade dos dons sobrenaturais e das vocações particulares. Enquanto São Paulo era um teólogo bem radicado na história e nas tradições de seu povo, grande conhecedor das Escrituras, Santa Rita era uma cristã com uma instrução modesta, mas animada de uma fé profunda herdada de seus piedosos pais e esclarecida pelos ensinamentos que hauriu da doutrina de Santo Agostinho. São Paulo compendiou a grandeza do mistério de Cristo em escritos fulgurantes; Santa Rita sintetizou na simplicidade de sua vida a maneira de se viver plenamente tudo aquilo que o Apóstolo falou sobre Mestre divino. São Paulo ensinou tudo que ele viveu; Santa Rita viveu tudo que este Apóstolo ensinou. São Paulo dizia que só queria conhecer Cristo e Cristo crucificado; Santa Rita teve um conhecimento tão profundo de Jesus que arrancou do Crucificado um espinho que muito a Ele a identificou. São Paulo pregou a Boa Nova pelo mundo que então se conhecia desde Jerusalém a Roma, e se fez um pregador universal; Santa Rita, recolhida no seu convento se impregnou do Evangelho de uma maneira total e se tornou uma santa universal. São Paulo proclamou que o cristão dever ser o bom odor de Cristo; Santa Rita que exalava o perfume de todas as virtudes, apreciava as rosas e seu agradável olor. Os padecimentos que São Paulo sofreu não o desanimaram; os padecimentos de Santa Rita jamais a esmoreceram no caminho da santidade. São Paulo lançou a primeira teologia da história da salvação, relendo a história de Israel à luz do mistério inesgotável de Cristo; Santa Rita projetou para o mundo a história de uma conformidade integral ao Redentor, meditando no significado de sua dolorosa Paixão e, deste modo, legaram ambos o patrimônio de um valor extraordinário. São Paulo era animado de um entusiasmo ardente pela dilatação do Evangelho; Santa Rita era movida por nobres sentimentos e grandes desejos de total purificação interior, possuindo a arte de decifrar como Jesus fala ao coração, como se faz sentir nos conteúdos da revelação. São Paulo foi instruído por Ananias; Santa Rita cresceu no discernimento na escola de São Nicolau Tolentino. São Paulo, por revelação divina, viveu a teologia do mistério de Cristo; Santa Rita, a exemplo de São João Batista, cultivou sempre a teologia da mortificação. Cristologia e ascética, veredas objetivas da perfeição, ilustradas por Paulo e por Rita com a finalidade de ajudar seus devotos a viverem em plenitude as riquezas da fé, da esperança e do amor a Deus e ao próximo. Aqueles que cultuam Paulo de Tarso e Rita de Cáscia têm experimentado esta síntese vital entre a fé e a vivência cristã para encontrar e seguir mais de perto a Cristo. Ambos deram contribuição relevante à Igreja, mostrando que o verdadeiro cristão deve ser um apóstolo por palavras e exemplos. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
terça-feira, 7 de junho de 2011
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