terça-feira, 7 de junho de 2011

Efeitos da devoção a Santa Rita

EFEITOS DA DEVOÇÃO A SANTA RITA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Entre tantas graças que Santa Rita concede a seus devotos se destaque o fato de fazer com que ele seja administrador de sua mente. Com efeito, ela não deseja ver nenhum dos que a imploram na tristeza, na irritabilidade, na flutuação emocional, na inquietação, na contrariedade. Ela o leva a desfrutar cada momento da vida como um dom precioso de Deus. Quantos, de fato, vivem envolto em preocupações inúteis, muitas vezes ruminando o passado, mas não curtem cada instante de sua existência. É preciso descotaminar a inteligência, voltando cada um para dentro de si, expulsando os pensamentos negativos, deletérios que arruínam a saúde do corpo e da alma. Então ficam vencidas a ansiedade crônica e a insatisfação prolongada. Sob a proteção desta Santa admirável é possível lançar para longe a insegurança, o sentimento de culpa, a atenção exarcebada na opinião dos outros, a compulsão para tudo comprar e gastar sem necessidade, enfim, ela conduz ao perfeito equilíbrio psicossomático. Ela revela o código da interiorização, da concentração na oração, afastando as fantasias e as ilusões que acabam martirizando o cristão que não se escuda na proteção divina. Ela então confere a seu devoto a arte da reciclagem de cada idéia pessimista, de cada imagem mental perturbadora, desacelerando os pensamentos sediciosos, apagando os focos de tensões doentias. O verdadeiro devoto desta Santa admirável passa a possuir uma personalidade bem construída, organizada, estruturada. Para que tudo isto aconteça é preciso que cada um pare e se interrogue sobre o que é, quem é, o que faz, onde está, ou seja, se coloque em condições de receber as bênçãos divinas que implora através de sua Padroeira. É deste modo que se reeditam as zonas de conflito interior, se expandem as habilidades que se possui, se desenvolve a inteligência emocional, interpessoal, o que conduz ao bom relacionamento com os outros, consigo mesmo e com o próprio Deus. É evidente que o devoto de Santa Rita nunca navegará unicamente em céu de brigadeiro, mas, mesmo nos momentos de turbulência, terá força interna para, a exemplo de sua Patrona, não sucumbir. Atravessará nuvens negras e tempestades com garra e total triunfo na vida. O que faz a diferença do devoto de Santa Rita é a forma como lida com as turbulências inevitáveis a este vale de lágrimas. Ela ajuda a oxigenar o espírito para se ver continuamente o lado bom da existência, dom preciosíssimo de Deus. Seu devoto não tem medo da rejeição, das dificuldades, não será nunca um psicopata. Sabe a cada hora combater as reações doentias de seu psiquismo, decifrando o indicador da imperturbabilidade íntima. Horizontes se abrem a sua frente, não se tendo nunca uma visão estreita da vida, executando com ânimo o projeto pessoal rumo a grandes vitórias, jamais colhendo os frutos ilógicos de atitudes errôneas, porque precipitadas, não planejadas. O devoto de Santa Rita é solidário, compassivo, paciente, generoso, magnânimo. Ela oferece tranqüilidade nas tormentas, transforma os tímidos em pessoas intrépidas, os impulsivos em ponderados, os individualistas em altruístas, os alienados em interativos. Ela mostra que na vida não há atalhos, não há mágica, mas com a graça de Deus maravilhas acontecem. Estes jamais se bloquearão ou excluirão os outros, pois sabem morar no templo da sabedoria e do auto-controle. Ela faz com que se pense sempre antes de reagir e se use em toda parte a linguagem da razão, da sensibilidade e não da agressão fortuita. Cumpre, se fato, saber filtrar o lixo psíquico, o que Santa Rita fez em todos os momentos de sua vida e, por isto, nenhum tormento pôde desesperá-la, mesmo porque foi digna de possuir sabedoria celeste, dado que usava seus sofrimentos para ampliar a presença do Crucificado em seu derredor. Esta é a missão sublime de Santa Rita junto dos que a veneram: levá-los á ciência das coisas celestiais, para que sejam totalmente felizes possuindo o mais perfeito equilíbrio da mente e do corpo. *Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

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