quarta-feira, 23 de junho de 2010

TUDO PARA GLÓRIA DE DEUS

TUDO PARA GLÓRIA DE DEUS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Dedicar a vida a Deus sem restrição é o ideal maior de quem tem fé e almeja a salvação eterna, sem se deixar imbuir pelo espírito do mundo e pelas insinuações do Maligno. Tudo a Deus e tudo para Deus Criador que fez e criou a cada um para ser feliz, eis a meta de quem usa bem sua inteligência. Seria grande ingratidão andar com regateios e mesquinharias diante do Ser Supremo. È preciso amá-lo como o Patriarca Abrão, a Virgem Maria e os grandes santos. Daí a fuga do lodo do pecado. Este é o contrário da obediência à vontade Deus, o contrário da submissão livre ao Todo-poderoso Senhor. Os anjos, sem corpo material, espíritos puros e tão próximos do ápice do ser Divino e que, de certo modo, participavam já de algumas prerrogativas da excelência suprema, os anjos sem concupiscência da carne, sem paixões de ambição ou de orgulho, no entanto pecaram. Que tristeza, mas que alerta! O ser humano que tem sua alma unida ao corpo e sujeito a todas as impulsões de uma natureza caída em corrupção, em concupiscência, em hipocrisia, em ambição, em rancor, em ódio, em inveja e mil monstruosidades, tem que se cuidar e precisa de muita força do Alto para não desagradar a Deus e não lhe roubar a glória extrínseca. Cumpre que se lembre que Adão que tinha sido colocado por Deus em ótimas condições para não pecar, ou seja, estado de graça, virtudes e dons, imortalidade, sujeição perfeita do apetite concupiscível à vontade racional, recebeu um único preceito e fácil de cumprir e, no entanto, caiu em pecado, desobedeceu ao Senhor. Portanto, todo cuidado é pouco. Quer os anjos, quer Adão tiveram na raiz de suas faltas a soberba que impede usar a liberdade com responsabilidade e obsta solicitar a Deus a proteção para Lhe ser fiel. O homem, criatura racional tem o supremo dom do mérito e para isto foi criado livre. Mas esse dom da liberdade acende nele a empáfia de não querer estar dependente de seu Senhor. Nada pior do que a rebelião contra Deus. Quem, porém, se imerge na misericórdia divina ainda que tenha caído no pecado, arrependido, encontra sempre um Pai amoroso disposto a perdoar. Jesus veio ao mudo sofrer e morrer pelos pecadores: “ Eu vim para que todos tivessem a vida e a tivessem em abundância” (Jo 10,10) e Ele afirmou que "há mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." (Lc 15,7). Quem então recebeu o indulto divino tem razão a mais para render a Deus toda honra e todo louvor, desapegando-se sempre mais do mal, das insídias diabólicas. Mister se faz então mentalizar o dito de São Paulo: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Cor 10,31) * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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