quarta-feira, 23 de junho de 2010

O CATÓLICO NÃO PODE SER ESPÍRITA

CATÓLICO NÃO PODE SER ESPÍRITA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Dentre os males que a mídia causa está, sem dúvida, a divulgação do espiritismo, clara ou subtilmente, através, sobretudo, das novelas, dos filmes, revistas, jornais e até nas propagandas. Diga-se de plano que a evocação dos mortos é condenada amplamente na Bíblia: Levítico 19,31; 20,6; 20,27; Deuteronômio 18,10-14. É superstição. A oração que os cristãos dirigem aos Santos, não se baseia em fórmulas ou receitas mágicas, mas unicamente na certeza de que Deus quer conservar a comunhão entre os membros do Corpo Místico de Cristo, por isto Ele faz com que os justos no céu tomem conhecimento das preces que lhe dirigimos na Terra, e, em conseqüência, intercedam por nós. O espiritismo, quer o kardecista, quer o afro-brasileiro, está fundamentado na teoria de que existe comunicação dos vivos com os mortos mediante determinados processos até mesmo mágicos. Grande ilusão! Muitos fenômenos naturais e os chamados sobrenaturais podem ser explicados pela parapsicologia que não existia nos tempos de Allan Kardec (1804-1969). Adite-se que a reencarnação, outra pedra básica da doutrina espírita, não tem base filosófica e muito menos teológica, bíblica. Há muitos truques que até mesmo, posteriormente, foram denunciados por aqueles que antes se deram a práticas espíritas, como aconteceu com as célebres irmãs Fox, cujas experiências deram origem ao Espiritismo moderno. Um católico não pode ser espírita. Muitos cristãos se deixam, porém, seduzir por fatos que se dizem prodigiosos, sobretudo no que tange à comunicação com os mortos, mas que não possuem nenhum fundamento. A tática de se adotar uma aparência católica engana também a muitos por darem nomes de Santos populares para Centros Espíritas, e até mesmo, o nome de Jesus. Quando citam a Bíblia, os espíritas chegam mesmo a fazer distorções grosseiras. Cumpre ao católico ter senso crítico, não ser supersticioso, não adotar uma linguagem espírita, se instruir e orientar os outros, sobretudo aqueles que vão a terreiros espíritas. É bom que se lembre que muitas perturbações psíquicas atribuídas ao demônio não passam de doenças que devem ser curadas por um bom médico. Um dos indicadores da deturpação religiosa hodierna é inclusive a exaltação da Mãe Natureza numa exacerbação da ecologia, levando até a cultos diante de árvores, lagos e rios. Este fenômeno posmoderno merece reflexão e correção. Cumpre a fuga da magia, o que significa o combate a alternativas ilusionistas no culto a Deus. É preciso evitar uma idéia fixa da presença do demônio bem além do poder do espírito infernal que foi vencido por Cristo com Sua cruz poderosa. Daí sessões esdrúxulas de exorcismos, práticas esconjulatórias, quando, aos gritos e imprecações, se diz afastar satã diante de fiéis aturdidos. Multiplicam-se, além disto, as consultas aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios, as visões, os recursos aos médiums. Tudo isto postura contrária à Bíblia (Dt 18,10; Jr 29,8). É um pervertido desejo de domesticar as potências ocultas e, deste modo, obter um poder sobrenatural sobre o próximo. Apela-se até para a intervenção direta do diabo, o que, evidentemente, só acarreta males ainda maiores. Amuletos são trazidos numa atitude irrisória e insana. O espiritismo se torna o caminho mais fácil para tais práticas, incentivando um ritual mágico, pernicioso para o equilíbrio psíquico do homem. A credulidade popular é explorada de mil modos diferentes. Há um descompasso entre a eficácia natural de tais recursos e o resultado que se quer obter. Um símbolo, seja ele qual for, não pode por si tornar-se operativo. O verdadeiro cristão não se submete à magia das forças ocultas, mas acolhe sempre os dons de Deus em Jesus Cristo, submetendo-se sempre à vontade divina. É preciso abrir os corações à água viva do Espírito Santo que regenera e faz de cada batizado um povo de profetas para denunciar os erros, para cultuar a Deus “em espírito e em verdade”. É preciso que os epígonos de Cristo longe de se deixar submeter pelo espírito deste mundo atuem em nome de seu Chefe Jesus, dominador das forças do mal. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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