A POBREZA NO MUNDO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Não se pode nunca deixar de analisar o fenômeno doloroso da pobreza absoluta que impera no mundo neste século XXI.
Segundo as últimas dramáticas estatística há um bilhão e trezentas milhões de pessoas no mais total pauperismo, ou seja, além da linha da pobreza. Pobreza que já é, de si, lastimável.
De acordo com os relatórios da ONU estes seres humanos sobrevivem com menos de um dólar por dia, ou seja, com menos de cinqüenta centavos diários! Os números representam um terço da população dos países em desenvolvimentos e, entre eles, está o Brasil, onde 25 milhões não são pobres, pois vivem em estado de miséria crônica.
Isto mostra o fracasso do compromisso assumido por 186 países em 1995 de erradicar a pobreza absoluta do planeta.
É que eles ao invés de escutarem os apelos dos Papas que pregam solidariedade, o amor anunciado por Cristo, só pensam no domínio, no poder.
No Brasil a pobreza se une, por isto mesmo, à exploração chocante do trabalho infantil. Pais desesperados, apelam para a ajuda de menores que ficam sem escola e sem saúde. Quem mais sofre com a pobreza são as crianças lançadas neste trabalho precoce. Cerca de 250 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalham hoje no mundo, sendo 120 milhões em período integral! Os números são alarmantes: apenas 51% de 4 a 6 anos vão à pré-escola. A falta de acesso à educação infantil compromete a capacidade de aprender da criança.
Adite-se que um relatório da UNICEF demonstra que as crianças pobres também são privadas de saneamento básico, sobretudo água limpa, que aliás falta em 75% das habitações nas regiões rurais. A situação do Brasil é semelhante infelizmente aos dos países mais pobres do globo como Filipinas, Vietnã e Casaquistão, sendo que nosso país esta em centésimo quinto lugar no ranking de mortes até 5 anos! Para vergonha nacional o Brasil já foi considerado como a nação do extermínio de crianças por causa sobretudo da desnutrição e das doenças, pois estas crianças têm o sistema imunológico debilitado sem nenhuma defesa orgânica.
Todo este quadro é responsável em grande parte pela violência que reina por toda parte. O desequilíbrio sócio-econômico é fator imponderável de assaltos, fuga nas drogas e nas bebidas, terrorismo e tantos outros males que afligem o atual contexto histórico.
São louváveis os esforços que o Governo brasileiro tem feito para erradicar a pobreza neste país, mas a propaganda governamental encobre, muitas vezes, uma realidade bem dolorosa como a que mostram diariamente os principais jornais do país.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
segunda-feira, 8 de março de 2010
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