sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O REI DO UNIVERSO

O REI DO UNIVERSO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A realeza social de Cristo, Senhor do Universo é um tema que deve ser refletido a fundo pelos cristãos, uma vez que prevalece ainda hoje o laicismo, mal que o Papa Pio XI já denunciava em 1925. Organizando a vida social como se Deus não existisse, o laicismo engendra a apostasia oficial das nações e conduz a sociedade à sua ruína com todos os males que pululam no contexto atual deste início de milênio. Cumpre então reparar solenemente o esquecimento de Deus na sociedade e, sobretudo hoje em dia, nos meios de comunicação social. Para tantos formadores de opinião os Mandamentos Sagrados da Lei divina não existem e há uma perversidade em se exaltar atitudes as mais depravadas como se fossem atos normais de pessoas equilibradas e bem formadas. O Reinado de Cristo na vida individual e das nações é a salvação da humanidade. As ideologias maléficas do nacional-socialismo e do comunismo do século passado mostraram a que desgraças pode chegar a História humana. No atual contexto, a recusa de uma racionalidade coletiva conectada com a Razão Criadora de Cristo leva ao menoscabo os valores morais que engrandecem o ser humano. Uma desumanização geral com os massacres em tantas regiões do mundo, a falta de alimento, de água, de habitação tudo isto unido a uma permissividade ética sem limites mostra um quadro aterrador e a necessidade do império do Verbo Encarnado que veio para que todos tivessem a vida e a tivessem em abundância. Campeia uma ideologia liberal ainda mais insidiosa e oculta que patenteia uma sociedade que se afasta das Verdades Eternas. Então aqueles que se submetem ao reinado de Jesus, mais do que nunca, precisam combater os erros veiculados por toda parte num combate sem tréguas aos desmandos que enodam quem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Luta contra “os poderes das trevas” de que falava São Paulo aos Colossenses (Col 1,13). Quem é de Cristo tem assegurada a vitória contra o mal, mas precisa também participar do combate a tudo que contraria o Evangelho, vencendo as falsidades mundanas e as insídias diabólicas sem se deixar contaminar por elas. Mister se faz uma configuração permanente na Pessoa Divina do Verbo Eterno de Deus. Lutar então pela Verdade de Cristo, renegando tantos ataques à sua Igreja e execrando o culto exarcebado do sexo, praticado fora do casamento como se fosse o ato mais natural, mas na ignorância total do sexto e do nono preceitos do Decálogo. Um viver dentro do esquema sagrado das Bem-aventuranças que apresentam o retrato falado do verdadeiro soldado do Redentor. Pugna sem tréguas contra o relativismo dominante, o egoísmo que anestesia as consciências. É necessário proclamar sem constrangimento a Fé no domínio privado, público e social. Com sua vivência cristã o batizado já é um anunciador do Reino de Cristo, mas às obras se unam também, com toda prudência, mas com total diligência palavras oportunas nos momentos certos para glória de Deus e salvação das almas. Toda omissão deve ser evitada com determinação. São Paulo dizia: “Ai de mim se eu não evangelizar” (1 Cor 9,16). João Paulo II mostrava que a mensagem evangélica deve ser anunciada nas ruas, na família, nas escolas, na cultura, na vida pública. É o combate à banalidade da maldade para que impere a virtude, a justiça, a solidariedade. A visão espiritual de Cristo-Rei convida, deste modo, a mudar o foco da vida de cada um, abrindo horizontes beatificantes, pois propõe a glória que vem de Deus e esta leva à dignidade pessoal e de toda a comunidade na qual vive o cristão. Cristo o princípio e o fim de tudo, Ele, de fato, o Senhor da História, o referencial de todos os desejos da civilização verdadeira, o centro do gênero humano, a alegria de todos os corações nobres e a plenitude de suas aspirações. Maria que Deus associou de maneira peculiar à realeza de seu Filho leve cada um a cooperar fielmente no estabelecimento deste Reinado de Amor de Cristo para que impere por toda parte a justiça e a paz. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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