CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO PE. PEDRO MACIEL VIDIGAL
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Honra imensa estar aqui na Academia Mineira de Letras nesta rememoração de uma das figuras marcantes da História do Brasil e, peculiarmente de Minas, ao ensejo de seu centenário de nascimento, ocorrido a 18 de janeiro deste ano: o Deputado Pe. Pedro Maciel Vidigal, homem público de excepcionais qualidades, respeitado e respeitável.
Por méritos insofismáveis alcançou uma louvável notoriedade.
Calha de maneira apropriada a homenagem prestada a este vulto que hoje se reverencia, mormente por três razões: foi um notável parlamentar, um grande biógrafo e um brilhante literato.
O PARLAMENTAR
A política é a idéia e fato, teoria e prática, lição e vida. É ciência e experiência. É uma arte grandiosa e complexa de concretizar, de cumprir ideais a favor da sociedade.
No proscênio da história política brasileira se destacam gigantes muitos dos quais pertenceram e fazem atualmente parte desta Academia Mineira de Letras.
Ao tomarmos posse na Cadeira 12 deste Cenáculo de Letrados, dia 31 de maio de 2007, lembrávamos dois antecessores, políticos estremes, inteiriços e de bronze, de autoridade indiscutível e caráter sem jaça: Tancredo de Almeida Neves e Alberto Deodato Maia Barreto.
Referíamos, também, ao atual Presidente deste sodalício Murilo Badaró que já exerceu importantes cargos públicos como Secretário de Estado e Ministro da Indústria e Comércio, além de vários mandatos de Deputado Estadual e Federal, Senador da República e Prefeito da cidade de Minas Novas.
Pe. Pedro Maciel Vidigal foi também um Político na plena acepção da palavra, por que possuiu sempre uma vontade férrea de agir, visando unicamente o progresso social da coletividade, demonstrando rara competência a serviço do bem comum.
Nos seus atos não houve jamais concessões contrárias às necessidade do povo e dos interesses do Brasil.
Nunca descreu da potencialidade de nossa gente e nunca a transformou em massa de manobra.
Não fez parte da elite dominante que age preconceituosamente julgando que os menos favorecidos pela fortuna são ignorantes, ineptos e, até, impedem por todos os meios que o senso crítico seja um patrimônio comum.
Para entrar na vida política ele se inspirou nos pensamentos de notáveis escritores e teólogos, como Ghandi, Pio XII e João XXIII, citados, no seu livro “Ação Política”1.
Eis o que disse Ghandi “Não poderia eu levar vida religiosa se não identificasse com a humanidade inteira, e isso eu não poderia fazer se não tomasse parte na politica. Toda a gama das atividades humanas constitui, hoje em dia, um todo indiviso. Não podeis dividir, em compartimentos estanques, trabalhos sociais, econômicos, políticos e puramente religiosos”. Outrossim se estribou nestas palavras de Pio XII: “É tal o domínio da Política que tem por objetivo os interesses da sociedade inteira, que, neste sentido, é o campo mais amplo da caridade, da caridade política, da caridade da cívitas, da qual se pode dizer que é superior a todas as demais, exceto a Religião”. Nem lhe faltou o incentivo de João XXIII: “O bem comum concerne ao homem integral com as suas necessidades espirituais e materiais, e envolve a totalidade das condições de vida social que o homem necessita para lograr plena e facilmente sua completa perfeição pessoal”.
Pôde altaneiramente depois afirmar não ter sido um “semeador de ilusões no meio do povo” nem seduziu “o eleitorado de minha Terra com promessas bonitas mas estéreis, irrealizáveis” 2.
Tinha, de fato, do Estado e do Poder uma concepção filosófica profunda, colocando em prática tudo que hauriu no estudo dos melhores cientistas sociais.
Sua cultura humanística era impressionante e isto o fez conselheiro de compatriotas famosos como o Presidente Juscelino Kubitschek e o governador Bias Fortes e interlocutor do Presidente Getúlio Vargas.
Foi um lidador intemerato não conspurcando seus princípios éticos, pelo que enfrentava com coragem as forças ocultas que tramam contra a felicidade geral dos cidadãos.
Sua vida foi dominada por uma coerência, uma fidelidade, um destemor que são comuns apenas aos gigantes do autêntico patriotismo.
Lutou sempre pelas reformas sociais que beneficiam as camadas mais baixas da sociedade com uma paixão desmedida pelo progresso da nação, sobretudo dos territórios nos quais exercia sua benemérita ação política.
Sua preocupação constante era transmitir otimismo, devotamento ao trabalho, respeito à coisa pública, defesa intransigente da verdade perante os caluniadores.
A favor do Fundador de Brasília e seus correligionários esta censura a seus inimigos: “As palavras dos detratores e dos difamadores de Juscelino e seus amigos não fazem consonância com a verdade e retratam o angustioso estado doentio de espírito dos que já perderam completamente o crédito no meio do povo brasileiro”.3
Pôde afirmar de cabeça erguida que sempre procurou valorizar a pessoa humana “no seu principal Patrimônio: a saúde e a instrução. Se a saúde, dizia ele, é que lhe permite trabalhar, é a instrução que lhe permite trabalhar bem”4.
Foi o que ele realizou em Presidente Bernardes, Guaraciaba, Mariana, São Domingos do Prata, Nova Era, Santa Maria de Itabira, Jaguaraçu, Governador Valadares, Itambacuri, Resplendor e outros lugares.
Ergueu não apenas prédios, mas ainda canalizou recursos para infra-estrutura de muitas cidades e vilas, visando o conjunto das instalações necessárias às atividades humanas como rede de esgotos e de abastecimento de água, energia elétrica, coleta de águas pluviais e diversos melhoramentos, benfeitorias que não apareciam, mas de vital importância para os cidadãos.
A Política foi para ele sempre um instrumento com que trabalhou pela felicidade do povo e pela promoção do bem estar durável.
Em vários de seus livros pôde estampar fotos dos seus empreendimentos a favor das populações e relatou agradecimentos e aplausos de eminentes figuras do clero e de autoridades civis reconhecidas pelo seu trabalho social.
Por tudo isto tinha como verberar os maus homens públicos e foi mordaz ao se referir aos incompetentes que se apossam dos cargos eletivos para iludir os seus eleitores. Com coragem denunciou: “E a cada momento, estamos assistindo o triste espetáculo de Deputados e Senadores descendo a baixezas incríveis, a fim de verem se lhes serão oferecidos Ministérios ou Governadorias. Superestimando a sua inteligência e a sua capacidade de trabalho para promover o bem-comum durável, há políticos que se julgam em condições de aceitar sobre os ombros cargas que lhe superam as forças, sobretudo as do espírito. Confiam demais em si mesmo, esquecidos de que na confiança se há de ter tal meio que não seja pouca, que possa ser nociva ao bem público, nem tamanha que chega a ser perniciosa. Não sabem por a estimação própria em seu peso razoável. E, atrevidos, entram na área da temeridade, correndo o risco de as suas ações não saírem com o acerto desejado5.
Alertou contra os aventureiros que se apresentam como salvadores da pátria: “Sucessivos fiascos e malogros estão marcando a divertida existência de alguns intrometidos que, por conta própria, sempre aparecem querendo subir até onde não conseguem chegar com seus ignorados merecimentos. [...] Apresentam-se como competentes para os difíceis trabalhos desse ou daquele ofício que lhes superam as forças. Andam esquecidos de que todos os arrojos do homem só serão felizes se forem governados pelos freios da razão e da prudência6.
Vergastou sempre os oportunistas e prestidigitadores, aqueles que, uma vez eleitos, esquecem sua Região, políticos em véspera de eleição que têm seus currais eleitorais como campo predileto para aí semearem ilusões e iludirem o povo.
Sobre sua atuação na Tribuna este depoimento do Deputado Pe. Nobre que foi vice-presidente da Câmara Federal é uma síntese gloriosa: “Lá de cima, à mesa da presidência, eu me deleitava em sentir, como suas falas, todas elas enriquecidas de oportunas citações em Latim, deixavam boa parte daquele plenário estupefata diante de tanto saber. Aliás, por oportuno, eu sempre o tive e proclamei como um dos melhores latinistas de nossa geração e como rigoroso cultor da língua pátria”7.
O BIÓGRAFO
Especializou-se o Pe. Pedro Maciel Vidigal na biografia, uma vez que na alheta de Plutarco soube traçar o perfil caracterológico e os grandes feitos de varões ilustres.
Embora tenha sido um notabilíssimo genealogista, imortalizando-se pela sua volumosa obra “Os Antepassados”8, encomiada com admiração pelos experts desta ciência, como biógrafo, contudo, foi, em nossa pátria, um dos mais brilhantes biografistas.
A Biografia não pode ser uma mera narrativa factual da existência de uma pessoa, mas deve ser também uma abordagem de um ponto de vista crítico e não apenas historiográfico.
É o que com raro talento conseguiu o Pe. Pedro Maciel Vidigal ao focalizar gênios cujo engenho engrandeceu a humanidade.
Libertou-se inteiramente dos defeitos usuais desta categoria histórica.
Não foi um mero apologeta, nem divinizou os seus eleitos, transformando suas verrugas e máculas em traços de beleza e, muito menos, foi uma biografia depressiva, amaldiçoando simplesmente possiveis erros humanos que não precisam ser justificados, mas outrossim não devem ser, sem razão e com sadismo, o foco principal da existência do biografado.
Não tinha olhos de lince para ficar pinçando defeitos alheios, mas para diagnosticar o contributo oferecido à humanidade.
Regozijava-se em exaltar o caráter impoluto daqueles que se distinguiram como benfeitores da sociedade.
Seja dito, inclusive que, desta maneira, ele acoimou a atitude daqueles que “preferem imitar a mosca a que corre pelas partes sãs de uma maçã, sem reparar nem achar gosto nela, porém, chegando à parte podre, ali descansa, ali repara9.
Eis por que assim se referiu a Benedito Valadares: “Tinha defeitos, Mas a eles contrapunha grande conjunto de belíssimas qualidades. Uns, mais, outros, menos, todos têm os seus. Até nas maiores e mais lindas obras da natureza, vamos encontrá-los, a cada momento. Por exemplo: a rosa é a rainha das flores, e vive entre espinhos; o pavão é o rei das aves, e tem deformidades nos pés; a baleia é a rainha dos mares, e tem a vista muito curta; o ouro é o rei dos metais, e tem as suas fezes; o sol é o rei do espaço sideral, e tem as suas manchas!”10
Preferiu então discorrer sobre o gosto da luta e a paixão da vitória como características principais deste seu biografado.
Fustigou o Marquês de Pombal como “Despótico Ditador”, “Perseguidor dos Jesuítas”, mas demonstrou outrossim que “os requintes de crueldades praticadas durante o seu governo não impediram Pombal de figurar entre os maiores estadistas de Portugal”11.
Se assinalou as mazelas do Primeiro Ministro do rei Dom José I, não deixou de relatar os benefícios que trouxe à nação portuguesa, de norte a sul, “levantando-a do marasmo em que jazia”12.
Adite-se que, apesar de sua franqueza, em tantos de seus textos, se nota muitas vezes a delicadeza dos irônicos adjetivos.
Assim, por exemplo, ao se referir a certo Presidente da República, cujas qualidades ele destacou, mas que não era nenhuma sumidade, escreveu que este Presidene possuia “uma razoável cultura”.
Aos críticos do citado Benedito Valadares ele chamou de “ligeiros analistas”.
A certos homens públicos que careciam de cultura ele os caracterizava como “ligeiramente alfabetizados”.
A quem era pretencioso denominou de “vagalume que queria ser estrela”.
De quem não escuta os outros proclamava: “Ele não sabia porque a natureza lhe dera dois ouvidos”.
Muitos foram os homens ilustres do Brasil que mereceram sua atenção, mas dignas de especial menção são sobretudo suas paginas sobre o Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, os Presidentes Juscelino Kubitschek de Oliveira e Getúlio Dorneles Vargas, os Arcebispos D. Silvério Gomes Pimenta e Dom Oscar de Oliveira, os Bispos D. José Belvino do Nascimento, D. Francisco Barroso, Dom Sebastião Roque Rabello Mendes.
No âmbito universal originalíssimo o estudo que fez dos sete sábios da Grécia: Quílon, Sólon, Bias, Pítaco, Cleóbolo, Periandro e Tales de Mileto e o que escreveu sobre Virgílio, “o poeta maior da latinidade”.
Entre os santos da Igreja São José e Santo Hilário de Poitiers lhe mereceram panegíricos insuperáveis.
Soube fazer com propriedade o elogio de grandes oradores ao discorrer sobre a “Eloqüência”. 13
Em Roberto Campos destacou a vastidão e a profundidade dos seus sérios estudos clássicos, filosóficos, políticos, financeiros, econômicos. Diz textualmente: “com o seu talento de incomparável grandeza, ele é uma das mais poderosas e fulgentes condensações da cultura no Ocidente. [...] Nas suas palavras todos admiram sólido das suas doutrinas, a viveza do seu engenho, e a fecundidade de sua imaginação criadora”.
Sobre Juscelino Kubitschek mostrou que em seus belíssimos discursos resplandecia a brilhante e fecunda imaginação do poeta e nele palpitava o coração do Brasil.
Destacou Afonso Arinos que falava com facilidade e clareza. O segredo da sua eloqüência estava no esplendido arsenal de lógica e de erudição de que dispunha e sabia usar primorosamente. A lucidez do seu espírito e a vivacidade de suas palavras comunicavam aos seus discursos notável força que dominava completamente qualquer auditório.
Sobre Tancredo Neves disse que tinha a palavra rica de beleza e de substância. Possuía dicção impecável e o gesto sóbrio e preciso. Na tribuna era simples, elegante e castiço. A audácia do pensamento e a opulência da cultura faziam dele orador muito apreciado.
Não economizou elogios a San Tiago Dantas que era claro e sabia convencer. Afirmou então que “na sua boca as palavras se convertiam em oráculos. [...] Ourives da prosa, sabia cinzelar seus primorosos pensamentos. Tinha gênio que é muito mais importante do que ter talento, visto que o homem genial vale milhares de homens de talento juntos ”.
Milton Campos também não ficou olvidado e exclamou: “Como ele falava bem! Com seriedade. Com acerto. Com autoridade”.
Até Carlos Lacerda mereceu o seu aplauso. Destacou sua fogosidade, mostrando que ele explodia, trovejava. Sua palavra era fulminante como o raio, assombrosa, metia medo a muita gente. Violentíssima provocava incêndios e terremotos. Poderosa, abalava regimes políticos.
Sua piedade filial o levou a retratar com sumo carinho e justiça seu pai Feliciano Duarte Vidigal e sua mãe Augusta Vidigal Ferreira Maciel.
Fazendo-se Biógrafo, ele seguiu a determinação bíblica: "Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem" (Eclo 44,1).
Deste modo prestou um inestimável benefício à História das Idéias, mesmo porque ele muito pesquisou nos Anais da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, da Câmara dos Deputados, do Senado do Império, do Senado Federal e no Arquivo da Curia Metropolitana de Mariana, no Arquivo Público Mineiro, no Arquivo de várias Prefeituras, no Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e em inúmeras coleções de Jornais, como L´Osservatore Romano, Correio da Manhã, Correio Brasiliense, Diário de São Paulo, Estado de Minas, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, O Arquidiocesano de Mariana, Minas Gerais – Diário Oficial e em Livros de Tombo de várias Paróquias.
Adite-se que ele vasculhou os melhores autores e desde longa data, como costumava dizer, considerava perdido o dia em que não consagrava, algumas horas para agradável convívio com grandes pensadores antigos e contemporâneos, em sua biblioteca. Na comemoração de seu natalício, dia 18 de janeiro de 2002, ao agradecer as homenagens de que foi alvo, em comovente discurso no final da Missa de Ação de Graças, assim se expressou: “O tempo vai passando, mas nunca deixei de ler e de estudar, ao menos durante quatro horas por dia, a fim de mais instruir-me, visto que a instrução nunca enfastia nem aborrece”14
O LITERATO
Como literato se ressalte de plano ter sido ele um orador fluente culto, tocando as mentes e os corações com sua palavra imantada de eloqüência. Colocou, in totum, em prática o que ele mesmo escreveu: “ Ser eloqüente consiste em saber achar com agudeza, em anunciar com clareza, em dispor sem confusão”15.
Autor de vinte e três volumosos livros e inúmeros opúsculos, incluídos entre eles seus decantados discursos parlamentares ou de paraninfo, nos quais rebrilham sua vasta erudição e admirável ilustração.
Neles, ao lado da beleza da forma, se admira o valor do conteúdo, sendo que não se pode escrever uma boa parte da História de Minas e do Brasil sem pesquisar nestas obras que têm subsidiado até teses universitárias de sumo valor.
Márcio Garcia Vilela dia 21 de julho de 2001, referindo-se aos escritos Pe. Pedro Maciel Vidigal assim se expressou no jornal “Estado de Minas”: “Tudo refogado no saboroso tempero da linguagem enxuta de quem realmente sabe escrever” 16.
De fato, quem faz uma análise crítica de seus livros e artigos percebe o quanto enalteceram a cultura literária brasileira.
As fráguas do gênio assemelham-se às fornalhas das antigas locomotivas que iam sempre resfolgando e sacudindo chispas.
Eis porque sobretudo ao abordar sua faceta de literato, se tentará colher algumas fagulhas deste talentoso escritor aquecendo e justificando as assertivas que serão exaradas.
Nem nas páginas de Tácito, nem nas antológicas expressões de Cícero se encontram tópicos tão pulcros como este: “ Uma rosa parece obra de talha, aberta com inimitável delgadez. A açucena dá a impressão de que é composta de folhas de prata, estendidas ao martelo. Em outras flores encontramos várias espécies de medidas e artificiosas correspondências, figuras triangulares, quadrangulares, pentagonais, hexagonais, retilíneas, oblíquas, piramidais, cilíndricas, esféricas... todas com tão perfeita proporção, como se fossem traçadas e delineadas com régua e compasso. Como se fosse oculto fabricante de perfumes, o jardim exala fragrâncias. Com secreto pincel, matizados são os campos na primavera. Em laboratório invisível, se destila o orvalho das manhãs de maio e de junho. Como invisível fiandeira, a aurora tece suas galas. E com nunca vista agulha, se recama de estrelas o firmamento. Todas estas maravilhas da arte de Deus são efeitos de sua ciência, que, por infinita, quanto mais se contempla, mas se admira”17.
Suas reflexões filosóficas lembram uma sabedoria aristotélica e rivaliza com o que de mais pulcro se depara em Gregório de Nissa e em Agostinho de Hipona. Cintilante esta sua assertiva: “A tendência natural do homem é para o saber. É para saber mais, sempre mais. A sua inteligência, porém, sempre haverá de encontrar redutos inexpugnáveis e sentirá a necessidade de crer no inexplicável, no incompreensível. Ao menos, por motivo de superioridade mental”18.
Recusava veementemente o conflito entre a crença e os estudos científicos: “Longe de ser hostil ou indiferente ao progresso da Ciência a Religião o aplaude, visto que encontra, nele, força para os seus ensinamentos19.
Proclamou peremptoriamente: “ O Materialismo é uma decadência do espírito. A Ciência seria nada se ao sábio faltasse, ao menos, a curiosidade do Infinito”20.
Admirável seu conceito de Humanismo “O Humanismo é a valorização do Clássico estimada pela dinâmica de novas técnicas literárias. A conversão do Classicismo no Humanismo data dos primórdios da Renascença, com Petrarca que foi arcediago da Igreja de Parma. Para mim, o verdadeiro Humanismo não opõe a Cultura à Teologia. Numerosos católicos e eclesiásticos foram grande humanistas”.21.
Sob sua caneta, ou melhor dizendo, sob as teclas de sua antiga máquina de datilografia, a formosa Língua Pátria, era como o mármore pentélico sob o cinzel de Fídias: aviventava-se, deslumbrando os seus leitores com suas formas peregrinas e locuções surpreendentes.
Assim, por exemplo, ao falar das atividades agrícolas: “Tal a excelência da agricultura que, na antiguidade, havia enxadas coroadas e arados cobertos de lauréis, quando os Imperadores de Roma e Reis da Pérsia se gloriavam de lavradores, preferindo aos brocardos dos docéis a folhagem das árvores, e às iguarias das mesas dos palácios os frutos de sua lavoura. De Plínio esta afirmação: Os campos eram cultivados pelas mãos dos próprios imperadores – Ipsorum tunc manibus imperatorum colebantur agri ...”22
Estilista esvelto, escritor adamantino, literato de raro lume na frase e fogos do pensamento, o verbo do Pe. Pedro Maciel Vidigal despede entoações largas, antíteses, rajadas subitâneas, imagens ciclópeas, inspirações transcendentes que o irmanam e identificam com os maiores gigantes de nossa Literatura, como neste trecho sobre a ambição: “Este vício é companheiro inseparável da soberba a qual Santo Agostinho definiu como sendo um apetite de perversa grandeza. Tão inseparável que é mais fácil encontrar o mar sem água, e o sol sem luz, que o soberbo sem ambição [...] Por mais que se dê ao ambicioso, ele sempre vive faminto. Sem autocrítica, tudo cuida que merece, e nada julga que o satisfaça. Os maiores prêmios lhe parecem pequenos, e são considerados como afrontosos a seus imaginários e fantásticos merecimentos. As suas aspirações não conhecem limites, parecendo com as chamas que tanto mais crescem quanto maior é o incêndio.”23
Como se pode perceber apesar das cintilações de seu estilo ele transmite com eficiência o seu pensamento.
D. José Carlos Lima Vaz, que foi bispo de Petrópolis notou esta peculiaridade ao escrever ao Pe. Pedro Vidigal: “Aprecio muito seu estilo trabalhado sem ser rebuscado, na melhor tradição dos escritores em que foi tão pródiga nossa terra mineira”24.
Aliás, num de seus mais belos discursos de Paraninfo, pronunciado dia 22 de dezembro de 1977 ao ensejo da formatura das Turmas de Letras e Estudos Sociais, extensão da Universidade Católica de Minas Gerais em Mariana, ele aconselhava a seus afilhados: “Falai com naturalidade. Porque falava naturalmente, com toda a simplicidade, prezando os termos próprios, Platão mereceu dos ateniense o título de divino [...] Alertava, “Conhecemos alguns professores, cuja curiosidade, sobre a sementeira das palavras próprias e nativas, semeou tanta cizânia de palavras barbaramente pomposas, que o seu pensamento se perdeu por afogado no meio delas” 25. Por isto mesmo mostrou que o aprimoramento do vocabulário se obtém lendo os clássicos e colocando em prática a diretriz de dois grandes mestres: Gautier: “Lisez le dictionnaire” e Litré: “Lisez toujours le dictionnaire”.
Nesta monumental oração, por sinal, talvez pouco conhecida, publicada na Revista “Rua Direita”, da Faculdade de Mariana, ele deslumbrou o auditório. O local era propício: a formatura se dava na Igreja barroca de Nossa Senhora do Carmo que ainda não havia padecido o desafortunado incêndio o qual mais tarde a atingiria, e declarou que iria falar então sobre as “Bem-aventuranças do Saber”. Uma aplicação monumental das oito beatitudes evangélicas à missão do Professor cuja tarefa foi patenteada magnífica e uma vivência plena do que o Rabi da Galiléia proclamou ao fazer o retrato falado de seus epígonos no prólogo do Sermão da Montanha. No final todos de pé o aplaudiram e lá estavam inclusive, entre outras autoridades, Diretores do jornal “Estado de Minas” que estava sendo, naquela ocasião também homenageado pelo Arcebispo Dom Oscar de Oliveira, Presidente da Fundação Marianense de Educação, ao ensejo do cinqüentenário deste valoroso órgão da Imprensa Mineira.
É de se notar que na prosa deste literato fulge uma fé profunda em Deus. Foi esta crença inabalável nas verdades reveladas pelo Logos divino que veio a este mundo que o sustentou sempre nas lides e lutas que enfrentou. Como outrora São Paulo era um apaixonado por Cristo. Ele mesmo afirmou ser na Fé é que ele encontrava o sentido da vida, “pois somente ela é que pode elevar as almas para a Luz”26 . Achava belíssima “aquela interessante lição de Santo Agostinho: Ter fé consiste em assinar uma folha em branco, e deixar que Deus escreva o que quer”27.
Eis o que disse sobre a Eucaristia: “Se não mais houver Mesa Eucarística, os fiéis ficarão em jejum do alimento da alma. E, com esta cruel abstinência, em todas as espécies de vícios a malícia humana ficará cevada. Tudo será dissoluções e desordens. As paixões vencerão a razão. E, no mundo, só haverá erros e infidelidades”28.
Devotíssimo de Maria se tornou um êmulo dos mariólogos Bernardo de Claraval e Afonso de Ligório e produziu sobre a Mãe de Jesus páginas maravilhosas. Destaque-se este trecho: “Em Maria, a misericórdia sempre teve todas as características da Caridade no que ela tem de mais perfeito. Por excelência, ela é a consoladora dos aflitos, dos que sofrem. Mas, não satisfeita com esta compaixão afetiva que conforta, ela tem a compaixão efetiva que ampara qualquer miséria e corre em socorro de quem a invoca. É a Mãe do perpétuo socorro. Sabe perdoar aqueles que a fazem sofrer e, o que é mais heróico, aqueles que fazem seu Divino Filho sofrer.”29
Poucos cantaram tão bem os louvores a São José. Eis um trecho esplendoroso, exaltando sua humildade:“Aquele que não foi Precursor, nem Apóstolo, nem evangelista, nem Mártir, nem Pontífice, nem Doutor, mas conheceu, serviu e amou Jesus Cristo tanto ou mais do que eles. É o humilde Carpinteiro de Nazaret. Era tal a sua santa humildade que os Anjos lhe faziam companhia, muitas vezes prestando-lhe bons serviços. Um Anjo tranquilizou-lhe o espírito quando Jesus estava para nascer. Outro recomendou-lhe, em sonho que fugisse para o Egito a fim de livrar o Filho de Deus da perseguição de Herodes e guiou-lhe os passos na longa caminhada de quase trinta dias. E outro, de lá, o trouxe de volta à terra de onde havia partido, com Maria e o Menino. Se São José mereceu os obséquios dos Anjos, e se mereceu o diário convívio de Cristo, durante muitos anos, foi porque a humildade fê-lo grande, muito grande, o maior no Reino do Céu30.
É de se notar finalmente que muitas de suas frases merecem ser arroladas entre os mais belos apotegmas de todos os tempos. De diversas obras colhemos alguns destes preciosos aforismos.
“O silêncio é o pai da palavra e o santuário da prudência.
“A glória da paciência é sofrer sem culpa”.
“A vida é feita de ressurreições”.
“A boa biblioteca é ótima universidade”.
“O melhor alimento da alma está nos livros”.
“Melhor não viver do que viver com medo”.
“A cronologia é um dos pilares da História”.
“Quando menos se espera a verdade chega em socorro daqueles que a desejam.”
“Os remédios para a fortuna adversa devem ser preparados na prosperidade”.
“Tormentos da alma são as paixões que perturbam a paz interior, e nestas perturbações naufraga a alma.
“A bondade é o verdadeiro distintivo da nobreza”.
“A verdade ou é total ou não é verdade. Não existe a meia-verdade”.
Sua penúltima obra tem uma significativa epígrafe “No horizonte da imortalidade”.
No jornal Estado de Minas do dia 19 de junho de 2001 mereceu do Dr. Murilo Badaró um precioso comentário sob o título de “Em honra da velhice”, qualificando este estudo como “maravilhoso sob todos os aspectos” e exalta “o vigor e a notável erudição” do autor. Salienta que “fiel ao melhor estilo plutarquiano, analisa com minúcias a vida de varões mineiros e brasileiros que ultrapassaram os oitenta anos”.
Fecha o atual Presidente desta Academia seu artigo com esta sentença lapidar: “No horizonte da Imortalidade” é um livro notável, produzido pelo espírito vigoroso de quem teve a sabedoria de envelhecer com dignidade”31.
Segundo o Professor Arnaldo Niskier, que foi Presidente da Academia Brasileira de Letras esta obra é “um refrigério para aqueles que vêm na velhice uma conquista efetiva da vida"32.
Sem dúvida a magistral obra “No Horizonte da imortalidade” será uma das melhores produções literárias, históricas, filosóficas e teológicas que marcará as letras pátrias neste século XXI.
CONCLUSÃO
A imortalidade privilégio dos seres que possuem uma alma espiritual e que o nosso homenageado de hoje já alcançou no Reino de Deus, mas imortalidade ainda aqui na terra, pois os feitos dos grandes homens não podem nunca ser olvidados e são lembrados de geração em geração.
Há de palpitar sempre por toda parte sua mensagem de que a cultura deixa de ser influente e repercussiva quando não se projeta como fator de conseqüências futuras a bem de todos, evitando-se um empobrecimento das esperanças sociais.
Por tudo que foi aqui exposto ele revive nas saudades da pátria, refulge nas idéias deixadas num rastilho de luz, no patriotismo de que foi prestimoso, útil, procurando imitar o Mestre divino fazendo o bem por onde passou.
Sobre sua memória rebrilha a gratidão dos amigos, das localidades que ele agraciou com sua operosidade, da pátria que ele honrou como parlamentar e cultor invicto desta língua pátria que ele abrilhantou como poucos.
O estilo é o homem, já dizia Buffon, e ler alguma página do Pe. Pedro Maciel Vidigal é logo identificar o titã da palavra escrita e oral pela beleza do torneio das roçagantes frases, pela profundidade do pensamento, pela garra com que a tese é defendida com tal argumentação que deixariam Aristóteles perplexo e Tomás de Aquino exultante.
Estilo descomunal de um exímio pensador.
A intuição dos grandes problemas humanos com ele foi além do poder lógico, frisou a idéia e tornou esta idéia um fato no espírito pela robustez da expressão.
A palavra é o sinal artificial, instrumental da idéia que é o sinal natural, formal da essência da coisa na mente humana, mas nem sempre as palavras empregadas exprimem com clareza as idéias. Para o Pe. Pedro Maciel Vidigal, porém, elas traduziram luminosamente os conceitos, mesmo porque estes lhe foram claros, distintos e adequados e, deste modo, ele idealizava o concreto e concretizava o abstrato com rara maestria.
Seu cérebro ostentou uma fulguração quase de um gênio e sua pena tem o talismã de um mago.
Sua concepção acuminosa rivalizou com sua palavra soberana. Aquela se desprega em vôos de um Boécio e estas em linhas de um Bramante.
É que investigando, imaginando, ensinando, combatendo seu pensamento foi todo luz, e sua frase cor.
Um perfeito mestre, um literato genial, indefesso cultor da antiguidade clássica e amante ferventíssimo do Belo.
Tertuliano e Agostinho, dois leões da África, se vivos, se curvariam ante o vigor intelectual deste que hoje recebe nossas homenagens e Homero e Horácio teceriam loas a quem tanto honra o linguajar humano.
Se Heidegger afirmou que o vazio sonoro é o maior dos erros por deslustrar o que o homem, ser pensante, tem de mais característico e elevado, ele, por certo proclamaria que poucos se equipararam ao Pe. Pedro Maciel Vidigal no que tange à Teoria e à Prática da Filosofia da Linguagem por ele, deste modo, sumamente opulentadas.
A glória da língua portuguesa que tem seu cume em Camões atingiu páramos fulgurantes na riqueza literária deste que estamos homenageando.
A grandiosidade de Vieira e a ternura de Bernardes confluem, fulgentemente, em suas páginas imorredouras.
Louve a Inglaterra os méritos de Byron, a Alemanha os de Goethe, a Itália os de Manzoni, a França os de Victor Hugo, a Espanha os de Cervantes, que o Brasil proclamará méritos não menos luminosos de Pe. Pedro Maciel Vidigal e, por que não dizer, a igualar a todos eles na rijeza e lume na frase e demais arestas e fogos no pensamento.
Pelo adamantino de sua escrita à guisa de condor, ascendendo mais e mais no vôo audacioso e olhando sempre o Sol, de fito em fito, ele atingiu, de fato, sua culminância na referida obra “No Horizonte da Imortalidade”, obra prima, opus magnum, o coronal de todas as obras, que ficará para sempre nos anais do mais profundo humanismo. Aí está, de fato, o homem superando a si mesmo no tempo, tão destemido como Paulo de Tarso, tão poético como Francisco de Assis, podendo proclamar com Paul Claudel: “Vivo à espera do encontro com Deus. E uma alegria inexplicável me invade 31.
A História Eclesiástica revela, que através dos tempos, grandes figuras do clero se serviram de seus talentos para lutar por nobres causas como políticos eméritos.
As grandes facetas do gênio, as magnas balizas da ciência, as magníficas cintilações da palavra, as luminosas culminações da glória, as estupendas personificações da solidariedade, se contemplam nestes eclesiásticos que iluminram os parlamentos das mais diversas nações.
Nas luminosas páginas da História da Igreja logo se percebe a dificuldade da escolha entre tantos nomes emblemáticos, o que revela a profusão destes patriotas a serviço do povo.
Sob seus influxos a civilização avançou, a história se iluminou, o bem centuplicou, a fé cintilou, a sociedade se opulentou, a humanidade se transfigurou, a vida humana se dignificou.
Foi o que aconteceu por toda parte e, no Brasil, por exemplo, na época do Império com toda uma plêiade de bispos e sacerdotes ilustres que honraram e dignificaram o Parlamento brasileiro.
Assim tem sido sempre e também imerso nesse transluzentíssimo ideal patriótico, professando a ciência, edificando a sociedade e servindo à civilização, se ergue, como figura proeminente com sua valiosíssima parcela de contribuição para a grandeza do Brasil, aquele que neste momento rendemos nossas vibrantes homenagens.
Larga folha de serviços à Igreja e à pátria o credencia a tanto.
Com efeito, dos bons médicos se diz que possuem um notável olho clínico. Pe. Pedro Maciel Vidigal, como político, sabia diagnosticar os acontecimentos e, por isto, sempre agiu no momento oportuno, repassando verbas a quem bem as empregaria com mãos honestas e dinâmicas.
O que superioriza o caráter de um homem é a firmeza de princípios. Ser útil obriga a ser bom; ser bom, leva a ser firme; ser firme, significa ser forte. Daí vem a sabedoria: “Attingit sapientia a fine usque ad finem, et disponit omnia suaviter” - a sabedoria atinge, pois, fortemente desde uma extremidade a outra e dispõe todas as coisas com ordem.
Foi assim que, por longos anos labutou Pe. Pedro Maciel Vidigal. Não sem sacrifícios, tanto é verdade que há na gentileza do caráter toda a alteza da abnegação e na alteza da abnegação toda nobreza humana que não se curva jamais diante da injustiça.
Ia-lhe sempre a certeza de que a verdadeira medida do agir é a lei sabiamente aplicada: “Juste fit quod lege permittente fit”.
Por isto se impôs pelo serviço aos outros, guardando sempre uma atitude horaciana, pois do poeta é a advertência que retrata todo bom político: “Aequam memento servare mentem” - lembrai-vos que deveis guardar a alma sempre igual. Isto ocorria mesmo quando tinha que verberar veementemente falsos patriotas ou polemizar aguerridamente com os profetas da mentira, como, por exemplo, combatendo duramente o divórcio, o comunismo ateu e outros erros.
Nas batalhas pela verdade soube sempre verter o melhor sangue de sua alma vibrante. Uniu a energia do intelecto com a força do amor à doutrina evangélica. Então os sentimentos eram ainda mais vivazes e uma paixão indomável arrasava a falsidade e desmontava calúnias e inverdades, sobretudo se estas atingiam a santa Madre Igreja.
Por vezes, sempre naquele aprumo de independência com que os intelectuais mantêm intemeratos os foros de sua pujança, apelava para uma ironia lapidada, mortal para quem dela era objeto.
Tudo isto, porém, atauxiava, magnificamente, a eficiência de sua conduta política. Deste modo, nunca faltou aos graves assuntos da pátria e da religião.
Com mesma razão com que Horácio falava de sua obra poética, poderia o Pe. Pedro Maciel Vidigal proclamar, aludindo a sua obra de parlamentar, de historiador e de literato “Exegi monumentum aere perennius – conclui um monumento mais duradouro que o bronze”33.
Com Paulo de Tarso, outrossim, pôde repetir: “Bonum certamen certavi, cursum consumavi et fidem servavi” (2 Tm 4,7). – "Combati o bom combate (principalmente lutando contra a infiltração comunista no Brasil), terminei a minha carreira (deixarei a Política de cabeça, erguida, muito erguida), guardei a fé (em Deus, na Democracia e no bom futuro da Nação que é nossa)” 34.
• Acadêmico, Cadeira 12 da AML.
• Membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
__________________
Notas
1 Pedro Maciel Vidigal, Ação Política. Belo Horizonte, Imprensa Oficial,
1971, p. 41- 44.
2 __________ Ibidem, p. 47.
3 __________ Esfolando uma calúnia – Discurso pronunciado em
Brasília na Câmara dos Deputados, Brasília, 1961, p. 23.
4 __________ Ibidem, p. 20.
5 __________ Retratos Literários, Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1981,
p. 333.
6 ¬¬¬¬__________ Ibidem, p. 345.
7 Apud Pedro Maciel Vidigal, Minha Terra e Minha Gente, Belo
Horizonte, O Lutador, 2003, p. 541.
8 Pedro Maciel Vidigal, Os Antepassados, Belo Horizonte, Imprensa
Oficial, 1979 e 1980.
9 __________ Esfolando uma calúnia, op. cit. p. 22.
10 _________Retratos Literários, op. cit. p. 111
11 _________Religião, Política e Humanismo, Belo Horizonte, Imprensa
Oficial, 1984, p. 297.
12_________Ibidem.
13 ________ Retratos Literários, op.cit. p. 383-391.
14 ________ Minha Terra e Minha Gente, op. cit. p. 449.
15 ________ Retratos Literários, op. cit. p. 383.
16 Márcio Garcia Vilela. Um livro original in: Jornal Estado de
Minas, 21.07.2001, p. 7.
17 Pedro Maciel Vidigal. Retratos Literários, op. cit. p. 483.
18 ________ Religião, Política e Humanimo, op. cit, p. 13.
19 ________ Ibidem, p. 14.
20 ________ Ibidem, p. 16.
21 ________ Ibidem, p. 18.
22 ________ Retratos Literários, op. cit. p. 323.
23 ________ Ibidem, p. 331 e 334
24 ________ Apud Pedro Maciel Vidigal, Minha Terra e Minha Gente,
op.cit. p. 509.
25 ________ Discurso de Paraninfo in: Revista Rua Direita, Órgão oficial
dos Cursos de Licenciatura de Mariana, n. 5, Mariana,
Editora D. Viçoso, 1978.
26 ________ Religião, Política e Humanismo, op. cit. p. 13.
27_________ Ibidem, p. 34.
28 ________ Ibidem, p. 47.
29 ________Ibidem, p. 59.
30 Murilo Badaró. Em honra da Velhice in: Jornal Estado de Minas,
19.06.2001, p. 7.
31 Apud Pedro Maciel Vidigal, Minha Terra e Minha Gente, op.cit. p 522.
32 Pedro Maciel Vidigal, No Horizonte da Imortalidade. Belo Horizonte,
Editora O Lutador, 2001.
33 Horácio, liv. III, Ode 39, v.1.
34 ___________ Ação Política, op. cit., p. 463 e 467.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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