sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A CARODADE É A PLENITUDE DA LEI

A CARIDADE É A PLENITUDE DA LEI
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Na Carta aos Romanos ensina São Paulo que “a caridade é a plenitude da lei” (Rm 13,10). Ele captou bem as grandes lições de Jesus sobre o amor ao próximo. De fato os gesto de serviço do Mestre, suas palavras que traçaram linhas de conduta, são norte, guia, rumo, direção e isto o Apóstolo compreendeu como poucos e nas suas Cartas fluem passagens maravilhosas sobre o tema em tela.
É preciso que cada cristão esteja sempre mais conscientizado de sua responsabilidade ante a triste realidade mundial, para, eficazmente, no meio em que vive, fazer algo concreto para melhorar o mundo na alheta de Jesus.
Se somos cristãos, se bem apreendemos os ensinamentos do mestre divino, como Paulo, se somos autênticos epígonos do Redentor, temos todos os elementos para transformar a sociedade.
Isto significa desvelo, apostolado, engajamento na evangelização, disponibilidade ante as necessidades alheias. Cumpre, realmente, sair da retórica para a prática, da contemplação para a ação, do comodismo e da inércia para a luta pela difusão do bem, do egoísmo para o altruísmo transformador, libertador, salvador.
Jesus pregou um préstimo e um amor que igualam, vencem distâncias e libertam de qualquer tipo de escravidão, de dominação, condenando qualquer forma de autoritarismo, de imperialismo.
O Brasil apesar de todo o progresso verificado nas últimas décadas faz ainda parte de uma sociedade típica, sustentada por um sistema de valores perniciosamente influenciados pelas nações poderosas deste planeta. É que os grandes centros econômicos formam em nossos dias megablocos que exercem no atual contexto, domínio tirânico, avassalador, opressivo, despótico, injusto, atroz, cruel, antievangélico. Os países ricos exercem dominação irresistível sobre os povos menos poderosos, no qual milhões de pessoas vivem na penúria, no mais alarmante pauperismo. Esta é uma triste marca da sociedade hodierna: a distância infelizmente cada vez maior entre as nações poderosas e as nações pobres, entre as classes opulentas e as mais necessitadas, o que contraria inteiramente a doutrina de Cristo no que tange o preceito da fraternidade absoluta. São sociedades e classes diferentes em termos de valores. A categoria dos ricos preocupa-se com o progresso científico e tecnológico, objetivando ampliar sempre mais o domínio sobre os pobres e fazer crescer as riquezas nacionais e individuais, atropelando, porém a dignidade de milhões de pessoas que ficam marginalizadas, entregues ao mais degradante pauperismo. Por tudo isto cumpre não se deixar engodar pelas notícias da mídia que, por vezes, transformam o Brasil no novo paraíso ao lado das nações mais poderosas do mundo e lutar por uma melhor distribuição de renda neste país. * Professor durante 40 anos no Seminário de Mariana.

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