quarta-feira, 10 de junho de 2009

SONHOS PREMONITÓRIOS

SONHOS PREMONITÓRIOS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

O sonho é uma atividade psíquica com imagens e sons que se produzem durante o sono. Desperta através dos tempos o interesse dos filósofos, teólogos, psiquiatras, biologistas. Para Freud, o sonho se revela como a realização de um desejo e este numa linguagem codificada, dado que há coisas que a pessoa não deseja revelar a si mesma. Seria uma porta estreita dissimulada dando para lá onde a alma possui o que há de mais obscuro e mais íntimo. Cada um traz em si, no seu inconsciente lembranças que se podem chamar de arquétipos. As características neurofisiológicas do estado de sonho são uma intensa atividade neuronial de todo o cérebro, em particular do córtex cerebral de uma parte e uma paralisia motora e sensorial de outra parte. Durante o sonho somos cegos, surdos, mudos, o tônus muscular fica abolido, os movimentos oculares rápidos, o semblante expressivo. Sonhamos em geral duas horas por noite. Bem analisados e compreendidos os sonhos podem ajudar a cada um a se conhecer a si mesmo, pois há, por exemplo, sonhos frustrantes o que pode revelar alguma insegurança. Os psicólogos recomendam inclusive que, pela manhã, se recorde todo o desenrolar do sonho para uma proveitosa auto-análise. Junto dos analistas, porém, não se encontra uma explicação concorde do simbolismo das imagens noturnas. Cada um, contudo, pode relacionar o seu estado emocional com o que veio a sonhar. É preciso nunca se deixar por qualquer espécie de superstição e fobia.

Na Bíblia o sonho se apresenta como um meio de comunicação de Deus a determinadas pessoas. Célebres os sonhos de José do Egito (Gn 37,5-11); 40,5-22; 41,1-36); os sonhos de São José (Mt 1,20; 2, 13.19). Famosas, entre outras, estas passagens: "Mas Deus apareceu em sonhos a Abimelec e disse-lhe: Vais morrer, por causa da mulher que roubaste, porque é casada" (Gn 20,3); “Daniel era particularmente entendido na interpretação de visões e sonhos" (Dn 1,17).

Se entrarmos no campo da parapsicologia se percebe que eles podem ser veículos de precognição ou premonição. Trata-se de um fenômeno natural, fluindo das faculdades mesmas da alma humana, mas que nada têm a ver com profecia no sentido bíblico do termo, mesmo porque a profecia é um carisma divino outorgado a pessoas chamadas a uma missão específica. Há relatos históricos de sonhos premonitórios comprovados, sendo um dos mais relatados o de Abraham Lincoln que previu o seu assassinato, embora não soubesse onde nem quando se daria. Seu sonho foi a 22 de março de 1865 e ele foi assassinado dia 14 de abril no teatro Ford. O lugar de honra do Presidente estava guardado por um policial secreto, mas mesmo assim um fanático matou o Presidente dos Estados Unidos.

Cumpre, porém, toda cautela e não se deve ficar acreditando em relatos sensacionalistas venham de onde vierem. Está claro na Bíblia: "Pois assim disse o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Não vos deixeis engodar pelos profetas que se acham entre vós, nem pelos adivinhos. Não escuteis os sonhos que anunciam" (Jr 29,8). Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.





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