sexta-feira, 12 de junho de 2009

JUVENTUDE IDEALISTA

JUVENTUDE IDEALISTA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Em nossos dias se assiste a um renovado e louvável esforço, partido dos próprios jovens, em busca de ideais nobres e dignificantes. Formam-se grupos nos quais a característica marcante é uma fraternidade irradiante. Assim reunidos, além das reflexões semanais, altamente formativas, há uma influência, mútua que se torna incentivo valioso rumo à busca de valores perenes. Apura-se o senso crítico. Mentalizam-se princípios que impedem condicionamentos e dependências. Estabelece-se uma estratégia para que a existência seja vivida em plenitude.
Mentes esclarecidas que intentam precatar-se das agressões ao organismo, das ilusões enganosas que apartam do porto da ventura ansiosamente desejada.
De acordo com o princípio filosófico bonum est diffusivum o bem é de si difusivo, aqueles corações generosos, enriquecidos no convívio diuturno, partem para levar a outros o calor benéfico de seu amor. Pobres são assistidos. Espíritos empedernidos, perdidos nas trevas dos erros, deparam o caminho lucente da felicidade. Assistência social comovedora, transformante.
Eis o que estabelece o Estatuto de um destes grupos juvenis no que diz respeito à assistência aos menos favorecidos: “À Equipe de Ação Social cabe: Planejar e levar à realização trabalhos como: visitas sociais e espirituais a doentes e necessitados; visitas aos hospitais e asilos; promover arrecadação de roupas e mantimentos para os pobres e organização de bazares; alfabetização de adultos e crianças carentes; organização de uma farmácia”.
Avessos a qualquer tipo de paternalismo que estiola a criatividade, tais moços procuram a promoção daqueles com quem iniciam um diálogo, objetivando dias melhores para as vítimas de uma má diretriz social.
Em certa favela, quando uma turma destes profetas de uma nova ordem social iniciou o seu trabalho, os desajustamentos eram profundos dentro das famílias e entre os moradores. Através de palestras, de uma troca de opiniões e de encontros dos membros daquela comunidade, após três anos, o ambiente era outro. A compreensão passou a reinar. O respeito mútuo entrelaçou os corações. Os casebres receberam outro aspecto. Os hábitos se modificaram. Os pais passaram a mandar os filhos às escolas. Todos ficaram convencidos de que não é o lugar que faz o homem, mas esse, sim, é que faz o lugar. Atividade de largo alcance de universitários que numa radiosa manhã de domingo, deixando os justos lazeres em confortáveis clubes, a subirem os morros, levando o conforto moral e material aos que carecem de um pouco de compreensão e carinho.
40 anos depois o que se vê no local da citada favela é um dos bairros mais organizados da cidade de Viçosa (MG), no qual vivem pessoas simples, mas em casas bem edificadas ou morando em apartamentos nos prédios que foram construídos.
É de se observar, entretanto, que, quantas vezes, sobretudo em certos Colégios, adultos mal preparados, que se arvoram em orientadores da juventude, fixam idéias que agridem almas delicadas, massacradas num vendaval de expressões chulas e vulgares.
Fazer do sexo tema continuamente focalizado em salas de aula é a negação de toda a formação humana bem dirigida.
Hoje, também a Sociologia e Psicologia, provam que não vem do sexo a necessidade humana mais forte. Paul B. Horton e Chester L. Hunt, professores na Western Michigam University dos Estados Unidos, assim se expressam: “É avassaladora a evidência de que nossa necessidade de companheirismo e resposta humana íntima e afetuosa é para nós de importância vital. Com efeito, esta, provavelmente, é nossa necessidade social mais forte muito mais necessária, por exemplo do que o sexo. Muitos celibatários têm vidas felizes, saudáveis ou útil”.
Muitos namoros descambam para a imoralidade exatamente por que não se cultivam a amizade sadia, o amor desinteressado, o coleguismo saudável.
Ora, há, de fato, professores que dedicam ao tema do sexo uma atenção obsessiva numa autêntica aberração. Há certos falsos mestres que tratam esta matéria de modo até obsceno numa verdadeira agressão ao pudor, à sensibilidade moral de jovens que vão assimilando o veneno, onde foram buscar alimento cultural.
Um rapaz ficou abismado, certa vez, pois determinado conferencista ao abordar o tema “O jovem no mundo” se esqueceu de que este planeta se acha repleto de belezas, não possuindo apenas motéis e prostíbulos. Que há algo mais do que taras sexuais, desvios patológicos nesta terra tão extraordinária feita por Deus, habitada também por pessoas virtuosas e idealistas que são a maioria, felizmente.
Há formas delicadas de ventilar tais assuntos, que devem ser abordados mas com delicadeza.
Certas insinuações, porém, são verdadeiramente destrutivas.
O certo é que a psicose de sexo só tenderá a ocasionar mais desvios. Nada constrói. Tudo destrói.
A mocidade, porém, possui aspirações que, se bem direcionadas, são altamente construtivas.
* Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

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