segunda-feira, 16 de março de 2009

JESUS, VIDA E LUZ

JESUS, VIDA E LUZ
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
O Filho de Deus vindo a este mundo se manifestou como vida e luz. Disse claramente “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más” (Jo 3, 19). Ele também afirmou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede" (Jo 6,35). Ele, é portanto, vida e luz do seu verdadeiro seguidor. Diante de um mundo no qual os descrentes lançam maldosamente as sementes da morte e da escuridão cumpre aprofundar este aspecto fundamental de Cristo na existência do cristão. Ele mesmo mostrou a importância destas facetas ao proclamar: “Eu sou a luz do mundo. Aquele que me segue terá a luz da vida e não caminhará na obscuridade” (Jo 8,12). Luz da luz, Jesus é a vida e o amor de Deus que são oferecidos a todos que têm fé para vencer os poderes da morte. O acontecimento da Páscoa cintila como luz da vida eterna. Eis suas palavras textuais: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (Jo 11,25). Se assim é, cumpre viver em função do divino Redentor porque Ele é Deus e Deus é luz e tal a sorte final dos justos na vida eterna: "Já não haverá noite, nem se precisará da luz de lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus a iluminará, e hão de reinar pelos séculos dos séculos" (Ap 22,5). A luz é sinônimo do Ser Supremo. Jesus quer vivificar os sentimentos do coração, as atitudes, todas as ações iluminando aquele que dele se aproxima. O cristão é verdadeiramente filho da luz e sua conduta é que qualifica o domínio de Deus e de Cristo como sendo a vitória do bem sobre o mal, a justiça sobre a injustiça, a luminosidade sobre a tenebrosidade. O que se esquece muitas vezes é que o ser racional, quer queira, quer não, ou é filho da luz ou das trevas, pertence a Deus ou a satanás. São Pedro esclarece isto admiravelmente ao falar dos batizados: “Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa” (1 Pd 2,9). Eis porque aconselha São Paulo: “Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz.. Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados (Cl 12-14). Deste modo o cristão é um iluminado, como assevera o mesmo Apóstolo: “Outrora éramos trevas, agora, luz no Senhor (Ef 5,8). Para isto mister se faz produzir os frutos da luz, ou seja, praticando tudo que é bom, justo e verdadeiro, dado que as obras das trevas são os pecados que se multiplicam no mundo dominado pelo maligno. Andar na luz é estar em comunhão íntima com o Ser Supremo. Depositário da luz divina, tal a missão do batizado nesta terra: clarificar este mundo com seu exemplo, com seu testemunho de vida. Luminoso é o cristão que, abrindo-se à graça de Cristo e, seguindo docilmente a ação do Espírito Santo, se deixa conquistar pelo amor de Deus e pela caridade para com o próximo. Apesar de suas fraquezas e dos erros humanos quem é de Cristo se conforma a Ele, aos seus critérios e à sua doutrina. Unido a Cristo, vive fazendo em todas as coisas o que agrada ao Pai, acolhendo amorosamente seus planos e projetos os quais têm a finalidade de formar em cada um aquele membro do Corpo místico que se torna um clarão num mundo de trevas. Este mostra a fisionomia espiritual do Redentor e a beleza do Evangelho. Eis por que em vista de tudo isso, os bons cristãos se deixam animar em toda a sua vida e em qualquer atividade pelo Espírito de Cristo, participando de sua graça, completam a obra salvífica, tornando visível aos outros em suas pessoas, nas circunstâncias concretas do ambiente e do mundo no qual vive a felicidade de estar no reino da luz. Todo aquele que assim vive na órbita do Filho de Deus irradia tal fulgor que o esplendor de sua existência faz ver a amabilidade do Salvador nas circunstâncias nas quais se encontra. Deste modo atrai os outros para Cristo. Nos bons cristãos Deus manifesta o seu rosto (LG 50). É deste modo que Jesus, mediante o exemplo concreto e vivo dos que se dão a Ele incondicionalmente, continua fazer os homens e as mulheres de todos os tempos ver formas novas e estilos autênticos de vida cristã, modos práticos de concretizar o ideal de união e conformidade a Ele. Cristo prossegue mostrando que toda pessoa, onde quer que esteja, pode e deve deixá-lo viver em si, a fim de que tudo o que é autenticamente humano seja elevado e santificado por Ele para a maior glória de Deus, É assim que o mundo fica então, de fato, iluminado por Cristo, Luz que veio a este mundo. Ele diz a cada batizado: “Se és cristão, tens o mundo nas mãos. Ilumina-o. Eu conto contigo”! *Professor no Seminário de Mariana de 1964 a 2008.

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