terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Jesus, médico divino

CRISTO, MÉDICO DIVINO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Durante sua vida pública Jesus se mostrou como médico divino a curar doenças do corpo e da alma. Os periodeutas dos tempos mais remotos curavam doenças corporais, mas não as espirituais. Com seu olho divino, apto a diagnosticar qualquer enfermidade, o Redentor passou sanando o físico e o psíquico. Sabia, com toda a certeza, quais as moléstias que atormentavam os que a Ele acorriam com tanta confiança. Ele possuía uma qualidade essencial a todo esculápio, ou seja, um coração terno pronto a ajudar o enfermo. Por isto nenhum sofrimento Lhe era indiferente ou de importância menor. Qualquer chaga ou moléstia, asquerosa que fosse como a lepra, tocava sua bondade infinita. Onipotente, operava curas maravilhosas com suas mãos todo-poderosas, com suas palavras onipotentes, e, até, curando aqueles que simplesmente com fé tocavam as fímbrias de suas vestimentas. Dele saia uma força curativa celestial afastando de plano todo achaque. Sua divindade tudo podia e mesmo a morte foi por ele vencida, como, por exemplo, ao ressuscitar a Lázaro. Médico, de fato, onisciente, sapientíssimo, inigualável. Salvador do mundo em toda plenitude do termo. O libertador a purificar de tudo que molesta o ser humano, a livrar da ignorância, iluminando as inteligências; a afastar o pecado, purificando a alma; a vencer a paralisia e toda debilidade física e moral. Isto radicalmente, dando saúde somática e renovação interior com rara eficiência e competência, suavemente, mansamente e com notável simplicidade. O estoque de suas curas não termina nunca. O que falta, por vezes, é ir a Ele, mas com crédito total. Inúmeros os que através dos tempos obtêm favores extraordinários, os quais têm, inclusive, convertidos médicos ateus que já viram até pacientes em estado terminal a se levantarem e a viverem ainda anos e anos com total robustez. É que, médico por antonomásia, Ele possui poder sobrenatural por ser o próprio Filho de Deus. Tal o seu convite admirável: “Vinde a mim todos que estais atribulados e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Aliás, Ele mesmo asseverou: “Não são os sadios que precisam de médico, mas, sim, os enfermos” (Mt 9,12). Lemos na Carta aos Hebreus: “Não é assim nosso pontífice, que seja incapaz de compadecer-se de nossas misérias; havendo voluntariamente experimentado todas as tentações e debilidades, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Ele quis tomar sobre si as enfermidades humanas como registrou o Evangelista (Mt 8,17) o que, além disso, fora predito pelo Profeta (Is 53,4). Todas as dolências, Ele as pode debelar e daí o convite bíblico: “Cheguemos, pois, confiadamente ao trono da graça” (Hb 4,16). Nem se poderia esquecer que Cristo, o Messias, curou a enfermidade que no paraíso terrestre contaminou a todo o gênero humano, restituindo aos seres racionais a vida divina que é a graça santificante. Os filhos da ira, os tornou os prediletos do Pai. Fez brilhar a Verdade para toda a humanidade, afiançando, quando de sua passagem por este mundo, a ressurreição do corpo mortal. Fez mais ainda, tornou-se Ele mesmo na Eucaristia o alimento espiritual, garantia de vida eterna e medicina celestial que sana tudo que é vicioso. Sua palavra foi e será sempre o maravilhoso emplastro magistral com efeitos psicossomáticos espetaculares. Ele fez de sua Igreja um grande hospital provido de todos os remédios que sanam o corpo e a alma. Suas cinco chagas são CTI incomparável donde, fortalecidos, saem os mais combalidos para prosseguirem lutando bravamente contra qualquer angústia existencial. Se o ímã atrai o ferro, se muitas ervas têm valor medicinal, porque a paixão de Cristo não teria força suficiente para sanar as moléstias dos homens? Jesus veio do céu à terra para ser universal e celeste esculápio da frágil natureza humana e trouxe o lenitivo para todas as condições terrestres de um microcosmos criado à imagem e semelhança divina. Os fatos narrados nos Evangelhos, registrando as prodigiosas curas e conversões operadas por Jesus, foram trazidas por célebres artistas para telas nas quais o divino Médico é apresentado no esplendor de seu poderio, dominando as desgraças de tantos sofredores. Os que a Ele se dirigem com absoluta fidúcia, escutam aquelas palavras consoladoras que outrora foram ouvidas pelos miraculados do Senhor: “Vai, tua fé te salvou” (Mt 10,22). * Professor no Seminário de Mariana - MG

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