sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

116 ANOS DAS IRMÃS CARMELITAS

116 ANOS DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS CARMELITAS. Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho* Hoje nos remontamos novamente ao dia 2 de dezembro de 1899, ao findar o século XIX, quando a Virgem do Carmo acolheu, na Igreja da Lapa, Rio de Janeiro, aquela que estava destinada a fundar a Congregação das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, toda dedicada a Maria e ao seu divino Filho. Alimentada pela espiritualidade do Carmelo, a Irmã Maria das Neves realizou o seu projeto de dedicação a Deus, aos pobres e aos enfermos. . É com emoção que nesta Missa nos recordamos de sua diretriz às primeiras Religiosas e que vale para todos os cristãos: “Vivamos com a consciência tranquila e teremos o céu perto de nós”. Por isto nesta Missa de Ação de Graças na mais agradará a Madre Neves lá no céu do que uma rápida reflexão sobre o poder da oração, pois há 116 anos esta Congregação se mostra vigorosa nas mais variadas atividades apostólicas e, sobretudo, exatamente pela vida de oração que irradiam em tantas cidades do Brasil e em outras nações. A prece ilumina o coração como ocorreu com Moisés, com os Patriarcas e Profetas. Lembra São João Crisóstomo que “como o sol clarifica tudo, assim a oração é a luz da alma”. É que a prece une o fiel a seu Senhor e o metamorfoseia como aconteceu com os Apóstolos que, recebendo o Divino Espírito Santo, se transformaram em cristãos perfeitos. São Tiago dá este conselho: “Se algum de vós carece de sabedoria, peça-a a Deus que a dá generosamente a todos sem limite, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, todas as vezes com fé, sem hesitação” (Tg 1,5-6). A prece torna o orante familiar com Deus e faz dele um iluminado. A razão é simples: quem trata com o Sábio e o Santo por essência dele recebe saber e santidade e como disse Madre Neves é ter o próprio céu junto de si. Pela oração se percorrem as diferentes maneiras de comunicação da alma com Deus, caracterizadas pela maior ou menor simplicidade do pensamento e do afeto. Todos os batizados, e sobretudo as almas consagradas de modo especial a Deus, podem e devem usufruir dos talentos da oração, ou seja, das diferentes graças que o Espírito Santo concede a cada um, para que ela possa viver com Ele de modo habitual. É o que lembrou São Tiago: “Toda a dádiva boa e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das Luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança” (Tg 1,16). Para serem captadas as inspirações vindas do Senhor é preciso, contudo, uma devoção sólida que flui do coração que quer continuamente aderir à vontade divina, reconhecendo, porém, a grandeza de Deus e a pequeneza humana, o que é fundamental, segundo Santo Tomás de Aquino, em qualquer tipo de oração. Eis aí uma condição essencial para a eficácia da prece, de tal modo que o Senhor conceda ao orante o que ele pede. Diz São João da Cruz que “o bem espiritual não se imprime senão na alma moderada e posta em paz pela união com Deus”. Através dos tempos as Irmãs Carmelitas da Divina Providência se mostraram mestras da oração e procuraram assim, sempre seguir as pegadas de sua Fundadora. Por tudo isto demos graças a Deus nesta Missa festiva dos 116 anos desta benemérita Congregação.* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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