segunda-feira, 20 de abril de 2015
JESUS,O BOM PASTOR
JESUS, O BOM PASTOR
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Jesus apresenta-se como o Bom Pastor (Jo 10, 11-18) Há sempre facetas novas, dimensões peculiares a serem consideras nesta sublime verdade, realidade consoladora. Ele é aquele que conduz para a Terra Prometida o rebanho que o Pai Lhe confiou. Dois raios de luz fulgem no referido texto de São João: Ele dá a vida por suas ovelhas e as conhece. Este Pastor é aquele Cristo crucificado que correu todos os riscos e passou pelos caminhos dos sofrimentos mais atrozes para se sacrificar pela humanidade. Deste modo, ele criou laços pessoais com aqueles pelos quais se imolou. Ele pôde então dizer que conhece suas ovelhas e, de fato, com o mesmo amor com que Ele conhece o Pai. Existe, então, uma relação interpessoal de profunda dileção, de amor mútuo entre Ele e cada uma de suas ovelhas, dado que Ele derramou todo seu precioso sangue para remissão daqueles para os quais abriria as portas da eternidade bem-aventurada. Ele ainda queria dizer que no seu redil estariam todos aqueles que o aceitassem como seu Redentor, acatando tudo que Ele ensinou. É por isto que Ele é o Bom Pastor que não faria distinções de raça, de cor, de nacionalidade. São todos os que ouviriam sua voz e haveria então um só rebanho e um só pastor. Ele veio ao mundo inteiramente disponível para dar sua vida para satisfazer a justiça divina com seu sangue preciosíssimo. Ele ama num engajamento total de seu coração, indo às raias da maior prova de afeição que é a imolação de sua vida pelos seus amigos. Amor que o fez vulnerável aos mais terríveis golpes da dor. Daí a necessidade da correspondência total a tão grande comiseração, dado que é verídico o provérbio: “Amor com amor se paga”. Além disto, é preciso espalhar este amor para com os outros, sobretudo para com aqueles que estão longe do aprisco de Jesus. É a responsabilidade pastoral que pesa sobre todo batizado através da prece, do testemunho de vida, do engajamento possível em alguma atividade comunitária. Apostolado sobretudo da oração pela conversão das ovelhas transviadas, mas também para que Deus suscite numerosas vocações sacerdotais, diaconais e religiosas. Uma jornada mundial de ardentes preces nesta intenção é um leitmotiv do domingo do Bom Pastor. Como seria magnífico se toda família católica pudesse dar à Igreja padres, diáconos e religiosas para cooperar na obra de Jesus, como modestos instrumentos na evangelização. Esta é, aliás, uma ordem do Mestre divino: “Rogai ao Senhor da messe para que envie operários para sua messe” (Mt 9,38) Trata-se da responsabilidade evangelizadora de todos os fiéis. É preciso que a voz do Bom Pastor ressoe por toda parte. Cumpre, porém, que, em primeiro lugar, cada batizado seja uma autêntica ovelha deste Bom Pastor, deixando que Ele ilumine todos os pensamentos e atos, numa fuga contínua de todas as aliciações do demônio. É necessário imergir no mistério do amor deste Pastor que vem para derramar sobre seus fiéis seguidores sua misericórdia infinita. Ele é a fonte da vida e pôde declarar: “ Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). São João Paulo II aconselhou que disponhamos o nosso coração para ser uma terra boa para escutar e acolher e viver as inspirações do Bom Pastor e, desse modo, nunca nos afastarmos dele. Lembrou ainda este Papa que, se somos ovelhas do mesmo redil de Cristo, devemos cultivar a fraternidade. Trata-se de viver o conhecido lema: “Um por todos, todos por um”. Guiados assim por Jesus, juntos, nos ajudando mutuamente, um dia, estaremos com Ele por toda a eternidade. Nesta terra, junto deste Bom Pastor, todas as dificuldades são vencidas e jamais nos afastaremos daquele que que é nosso guia e salvação. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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