quarta-feira, 1 de outubro de 2014

À ALEGRIA SUCEDE A TRISTEZA

À ALEGRIA SUCEDE A TRISTEZA (PROVÉBIOS 14,13) ORAÇÃO FÚNEBRE PROFERIDA PELO CÕNEGO JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO NA MISSA DE CORPO PRESENTE DO DR. CELITO FRANCISO SARI, NO SANTUÁRIO SANTA RITA DE CÁSSIA, DIA 30 DE SETEMBRO DE 2014. No dia em que Viçosa celebra 143 anos de sua gloriosa História na data em que em 1817 se deu sua elevação à categoria de Vila, início de sua organização jurídica, quando a 43 anos em frente a este Santuário de Santa Rita o Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, celebrou a Missa do Centenário de Viçosa, fato imortalizado também pelo monumento diante da Prefeitura desta urbe universitária, Viçosa pranteia o faleciemento de seu Prefeito Dr. Celito Francisco Sari. Cumpre-se o dito da Biblia, “à alegria sucede a tristeza”( Prov. 14,13). Foi ouarto médico a assumir a chefia do Executivo viçosense, o Dr, Celito, filho dos agricultores Victor Sari e Onorina Sari, nasceu em 31 de janeiro de 1949. Gaúcho de Faxinal do Soturno, casado com Suely Carvalho, pai de Renata, Victor, Diana, Celitinho e Giovanna. Seu currículo ornamentou suas atividades de notável médico. Com efeito, formado pela Faculdade de Medicina de Valença,concluiu Residência Médica em Cirurgia Geral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro onde fez o Mestrado em Cirurgia geral. Residindo em Viçosa ele foi Diretor Clínico do Hosipital São Sebastião, atendendo no centro Médico de Saúde da Mulher e Criança no Consórcio intermunicipal de Saúde da Micro região de Viçosa, atuando também no Hospital São João Batista. Levado pelo se espírito cívico, assumiu a Prefeitura de Viçosa, para a qual foi posteriormente reeleito em 2012. Neste fim de semana todos os jornais da Cidade ostentam as obras realizadas por este Prefeito, que nunca se esqueceu da periferia. Como bem reza o ditado: “Contra fatos não há argumentos” Entretanto, cumpre nesta Missa de Corpo Presente, oficiada pelo Pároco Pe. Paulo Dionê Quintão, à qual se seguirá a Encomendação pelo Vigário Episcopal Pe. Water Jorge Pinto, salientar, sobretudo a grande virtude do Dr. Celito Francisco Sari que foi a caridade para com o próximo. Nunca deixou de atender os mais necessitados e nisto se fez merecedor da bem-aventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).Ele se tornou credor da gratidão de muitos em todo município de Viçosa. Lidou com a dor e a venceu com sabedoria inúmeras vezes. A Medicina foi para ele um sacerdócio, na confortadora e verídica expressão de tantos que o conheceram nas lides de tão difícil múnus. Mitigou sofrimentos. A inúmeros restituiu a saúde. Conhecedor profundo da arte hipocrática, seus diagnósticos eram precisos. Cirurgião exímio, distinguiu-se pela dedicação a seus clientes. Opus divinum est, sedare dolorem - é obra divina dulcificar a dor. Quando, porém, essa atividade celestial é exercida ministrando a caridade, diuturna e silenciosamente, é o requinte da perfeição evangélica. A caridade é, no dizer do próprio Cristo, a síntese da Lei e dos Profetas. Ela condensa todas as virtudes, na expressiva linguagem de São Paulo, “a caridade é paciente, é benigna; ... não busca os seus próprios interesses ... tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”. Leva à imolação. Vai ao tugúrio do pobre. Sobe às mansões dos ricos. Atravessa os espinheiros de todas as misérias humanas. Navega os rios dos sofrimentos alheios. Não conhece dia nem hora, pois está sempre atenta. Vaporiza lágrimas. Precata contra as ondas das tristezas. Desce ao mais profundo recôndito do coração que sofre. Dá do muito. Dá do pouco. Faz-se tudo para todos, para salvar a todos”. Assim foi a caridade daquele cuja alma estamos sufragando nesta Missa de Corpo Presente. de Deus! Os mais necessitados membros de nossa Comunidade, de fato, tinham guarida certa junto de seu coração que se compadecia dos sofredores e sabia aliviá-los, Quantas vezes recebeu o enfermo desamparado, em todas, estava ele ao lado do Mestre Divino. Praticou, deste modo, em plenitude, o principal preceito de Cristo que fez da caridade o seu mandamento. A caridade é um empréstimo de sua bondade que Deus concede à criatura, porque lhe adianta, em horas de profunda eutimia, de íntima paz com a consciência, a recompensa de ter amado e ajudado ao Próximo. Tal foi a ventura contínua deste médico caridoso, que levou a solidariedade humana a milhares de necessitados. Estamos amados irmãos e irmãos ainda uma vez diante do problema da morte. O Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, nos fala, no Capítulo I, sobre o Mistério de Morte: “Diante da morte, o enigma da condição humana atinge seu ponto alto. O homem não se aflige somente com a dor e a progressiva dissolução do corpo, mas também, e muito mais, com o temor da destruição perpétua. Mas é por uma inspiração acertada do seu coração que afasta com horror e repele a ruína total e a morte definitiva de sua pessoa. A semente de eternidade que leva dentro de si, irredutível à só matéria, insurge-se contra a morte. Todas as conquistas da técnica, ainda que utilíssimas, não conseguem acalmar a angústia do homem, pois a longevidade que a biologia lhe consegue não satisfaz o desejo de viver sempre mais, que existe inelutavelmente em seu coração. Enquanto toda imaginação fracassa diante da morte, a Igreja, contudo, instruída pela Revelação divina, afirma que o homem foi criado por Deus para um fim feliz, além dos limites da miséria terrestre. Mais ainda. Ensina a fé cristã que a morte corporal será vencida um dia, quando a salvação perdida pela culpa do homem lhe for restituída pelo seu onipotente e misericordioso Salvador. Pois Deus chamou e chama o homem para que ele, com sua natureza inteira, lhe dê sua adesão na comunhão perpétua da incorruptível vida divina. Cristo conseguiu esta Vitória, por sua morte, liberando o homem da morte e o ressuscitando para a vida. Para qualquer homem que reflete, apresentada com argumentos sólidos, a fé dá-lhe uma resposta à sua angústia sobre a vida futura. Ao mesmo tempo, oferece a possibilidade de comunicar-se em Cristo com os irmãos queridos já arrebatados pela morte, trazendo a esperança de que eles tenham alcançado a verdadeira vida junto de Deus”. Em momento de tanta dor para aos amigos e admiradores do Dr.Celito, essa doutrina tão profunda conforta e alivia. É lenitivo e bálsamo. A morte é, de fato, a lúcida aurora da eterna vida. Há personagens que evitam o rolo compressor do tempo e vencem a intransigência do olvido. Uma obra imensa a favor de uma comunidade na política e na medicina permanece perene através das gerações. Seu nome há de continuar na saudade e nas preces de todos. A memória dos grandes homens jamais é sepultada. A presença de todos aqui no Santuário Santa Rita é um plebiscito de corações! Todos pedimos a Deus com a Liturgia da Igreja: “Dai-lhe, Senhor o descanso eterno e a Luz perpétua o ilumine”!

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