terça-feira, 7 de junho de 2011

O cristão e a mídia secular

O CRISTÃO E A MÍDIA SECULAR
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Quando se analisam os programas / matéria da TV, Rádio, Revista e Jornal por inteiro com olhar focado no que estão oferecendo ao público brasileiro, o verdadeiro cristão fica estarrecido. Quem, porém, possui, de fato, sensibilidade religiosa e uma fé profunda em tudo que ensina a Bíblia, se é inteiramente fiel ao que Cristo pregou, sente uma ojeriza, uma aversão e até nojo pelo desprezo dos sagrados mandamentos da Lei de Deus. Um destes preceitos é não tomar em vão seu santo nome. Pois bem, na segunda semana do mês de março deste ano certa a novela da mais poderosa televisão brasileira, em uma única apresentação usou na sua trama, nove vezes o nome Jesus Cristo e cinco vezes Deus, em vão, além de outras imoralidades. Uma verdadeira banalização e afronta ao segundo preceito do Decálogo e de outros mandamentos. Um culto e sábio católico pediu a este articulista que elaborasse um artigo chamando a atenção para este fato. Adite-se que algumas propagandas inclusive veiculadas em várias outras redes televisivas são inteiramente imorais. Cumpre se pense seriamente que, quando um cristão está assistindo filmes, novelas e outros programas que apresentam cenas escabrosas, indignas e que infringem o que Deus preceituou e dá adesão a tais desvios teológicos, já cometeu uma falta em seu interior por ter compactuado com a maldade. Mais do que nunca é preciso senso crítico. Um cidadão bem informado é um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos desfrutando liberdade. Um ser social mal informado e/ou deformado é um prisioneiro de um sistema no qual os profetas do mal passam a deter toda a impunidade ao desvirtuar a verdade. Dá-se então uma horrípila manipulação da opinião pública com textos tendenciosos a serviço da descrença e do desprezo do sagrado. Tudo isto é, realmene, verdadeiro para a imprensa escrita, radiofônica ou televisiva, sobretudo para esta que tem o magno poder da imagem associada à palavra. Num regime democrático o Legislativo exerce o controle sobre o Executivo, que pode ser censurado pelo Judiciário. O "Quarto Poder", ou seja, o da informação, no que tange aos governantes e governados, infelizmente não sofre nenhuma censura maior, a não ser os recursos terrivelmente onerosos e desesperadamente lentos diante dos tribunais no caso de uma acusação de todo improcedente. Entretanto, a liberdade de imprensa, essencial para a democracia, está submissa às normas éticas, isto é, ela não pode menoscabar nenhum dos dez preceitos do decálogo um dia transmitidos pelo Ser Supremo a Moisés. Preceitos sacrossantos por sinal insculpidos no íntimo de cada consciência. Aí é que, de fato, muitas vezes falham os meios de comunicação social ao preconizarem atitudes ímpias. Trata-se de uma arbitrariedade e do exercício perverso de uma função sagrada. O julgamento moral deve presidir o modo como se forma a mentalidade dos leitores. Um dos jornalistas mais respeitáveis do mundo ocidental, Ignacio Ramonet, diretor do Monde Diplomatique, publicou um livro, cuja tese é "a tirania da comunicação". O poder magistral de informar detém, na maioria dos casos, poderosos interesses financeiros e está, tantas vezes, a serviço das multinacionais, às quais interessa o lucro a qualquer preço e, por isto, pregam o ateísmo e a dissolução dos costumes Os limites da liberdade de informação param diante do direito natural que todos os homens e mulheres têm de não serem enredados para o mal. Aditem-se as arbitrariedades, as insinuações, as meias verdades, as mentiras por omissão, os enganos, a manipulação obscena da informação para fins suspeitos. A onda de violência que percorre o mundo tem muito a ver com o requinte de perversidade com que os crimes são trazidos a público. A agitação que toma conta de tantos jovens é fruto também das mensgens deletérias da mídia, inclusive nos filmes nos quais impera um furor de estarrecer, as barbaridades mais chocantes são apimentadas para atrair o grande público. A liberdade de informar é uma das maiores conquistas da humanidade e é uma proteção decisiva contra a ditadura dos poderosos e contra as injunções políticas ou econômicas. Esta liberdade, porém, não pode se prostituir no exercício incontrolado e impune de sua missão de serviço do interesse público. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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