terça-feira, 23 de novembro de 2010

HONRA AOS MÉDICOS

HONRA AOS MÉDICOS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, da Academia Mineira de Letras
Profissão excelsa, carreira sublime a do médico a qual mereceu gloriosamente o consagrador elogio das Escrituras Sagradas com as famosas e encantadoras palavras do Eclesiástico. “Honra o médico porque dele necessitas; pois o Altíssimo é quem o fez para teu bem. Porque de Deus procede toda Medicina e ela será remunerada pelo rei. Ao médico elevará sua ciência e será celebrado perante os poderosos. O Altíssimo é quem criou da terra os medicamentos e o homem prudente não os desprezará”. Prossegue o formoso texto exaltando os medicamentos e aclamando o liame profundo, o laço íntimo, o vínculo estreito que une Deus e a Medicina. Isto torna o médico criatura privilegiada, detentor de maravilhosos poderes. Um vigário da divindade é ele entre os homens. Um ser singular que, possuidor de dotes celestes, é mimoseado pelo Onipotente com prerrogativas sublimes. Está nimbado de uma sabedoria celestial, opulentado com uma ciência peculiar, entrajado numa luz fulgentíssima de paradisíaca benemerência. Em sua chancelada fronte como que admiravelmente baixa uma centelha divina, fazendo-o partícipe da virtude criadora do Eterno, ministro sábio do Deus Poderoso a levar às trágicas misérias da humanidade sofredora conforto e bálsamo, alívio e paz. Opus divinum est, sedare dolorem - é obra divina mitigar a dor. Como nos mostra o imortal literato Vieira, nos planos do Criador, no Paraíso, foi entregue ao homem a árvore da vida. Árvore de tal virtude que, comido o fruto dela, era restituído o vigor e eram recuperadas as forças. A prevaricação edênica expulsou o homem do Paraíso Foi perdida a árvore da vida. Um querubim fulgurante, com terrível espada de fogo, na dramática descrição da Bíblia, a defender a entrada do Éden, tornou inacessível esta virtuosa árvore. Toda a “felicidade se converteu em miséria, e à vida que haveria de ser quase imortal sucedeu sentença de morte, ao vigor do corpo se seguiu a fraqueza, à saúde, a enfermidade e tudo sem remédio ou esperança dele ...”. Quem surgiu, porém, na mente de Deus, para conciliar as razões da misericórdia com os motivos da justiça, a exaltar a “misericórdia tão prezada de se elevar gloriosa sobre as execuções da mesma justiça?”A resposta no-la dá, muito engenhosamente, o mesmo citado Vieira: “a misericórdia levou o Onipotente a plantar fora do Paraíso uma outra árvore da vida e a entregou à custódia de outro querubim, não armado de fogo, senão de luz, o qual não só defendesse mas cultivasse a mesma árvore, e com seus frutos recuperasse aos homens a saúde e lhes acrescentasse a vida. A árvore foi a ciência da medicina, e o querubim é o médico”. Por tudo, isto sejamos sempre agradecidos a nossos médicos, cuja sabedoria nos conserva a vida, dom preciosíssimo de Deus. O Criador nos concede a vida, os médicos no-la protegem contras as doenças!

Nenhum comentário:

Postar um comentário