sábado, 8 de maio de 2010

NECESSIDADE DA DEVOÇÃO A MARIA

NECESSIDADE DA DEVOÇÃO A MARIA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
O culto a Maria é uma necessidade imperiosa dos tempos atuais porque é como o bálsamo reparador das horríveis chagas que devoram a sociedade neste início de século. É o remédio eficaz para os grandes males que afligem a humanidade no princípio deste milênio. Enquanto o homem sofrer no seu corpo, padecer em sua alma, sentir espinhos em seu coração, o que. hodiernamente, acontece de maneira ainda mais crucial, Maria será a grande Consoladora dos Aflitos, o Refúgio dos Pecadores, a Saúde dos Enfermos, o Auxílio dos Cristãos. Tudo isto porque ela através da participação na obra messiânica foi chamada, de modo especial, para tornar próximo dos homens aquele amor que Jesus lhes veio patentear. Este amor se revela de maneira toda especial naqueles que sofrem, como os pobres, os excluídos, os doentes, os encarcerados, os oprimidos, os pecadores. Aliás, o próprio Cristo explicitou isto ao dar resposta aos enviados do Batista (Lc 4,18). O contexto histórico atual tende a contradizer as normas evangélicas. A vida fácil, sem lei e sem responsabilidades, existência de estéreis prazeres, a satisfação dos sentidos, a volúpia das paixões, o desprezo da autoridade, o abuso da liberdade, a libertinagem do progresso, fruto de uma civilização materialista é a atmosfera que envolve o homem nesta encruzilhada da História. Estas idéias corruptoras infiltram-se nos lares e em todas as camadas sociais, defendidas, ensinadas ardilosamente pelos Meios de comunicação Social que estão a serviço do mal. O erotismo campeia, o sentimento de honra desaparece, deturpa-se o verdadeiro amor, exalta-se o vício, endeusa-se o prazer. Tangido por uma necessidade imensa de gozo, num processo diabolicamente desencadeado e mantido pela sociedade de consumo, o homem contemporâneo se deixa, muitas vezes, seduzir pelo visível e oblitera os valores eternos e imperecíveis. Daí uma sede ardente de riquezas, um egoísmo selvagem, uma ganância desmedida que, sobretudo, se notam nos países mais poderosos da terra, centros absolutos que dominam e esmagam. Por entre a multiplicidade dos espetáculos degradantes, se convulsionam os sentidos ante cenas perversamente montadas para corromper e submeter às agências internacionais do crime organizado. O cristão tem que ser herói, tem que possuir uma fé profunda na vida eterna para poder viver segundo os ditames de sua consciência e ostentar a autêntica coerência de um discípulo do Ressuscitado. Entretanto, como se uma Providência especial velasse sobre a humanidade, o resultado é sempre o contrário do que uma endeusada tecnologia preconiza. O que se verifica por toda a parte é a ausência da verdadeira felicidade, a angústia existencial que se apossa de um sem número de pessoas, o desespero que se mascara com as falsas ilusões de uma ventura que na realidade não existe. Seria uma atitude ingênua não reconhecer tal realidade e não se fazer este diagnóstico do mundo atual. Eis por que, mais do que nunca, cumpre repetir a Maria: “A vós bradamos os degredados filhos de Eva, por vós suspiramos e gememos neste vale lágrimas. Salvai-nos e não nos deixeis aliciar pelos falsos ídolos deste início de milênio”. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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