sábado, 8 de maio de 2010

MARIA, MÃE DE DEUS

MARIA, MÃE DE DEUS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Ninguém jamais experimentou o mistério inefável da salvação, como Maria, a Mãe de Deus. Ela acolheu, profundamente, no coração esta realidade sublime que foi a obra salvífica de seu Filho. Por isto, Ela é para nós a Mãe de Misericórdia, porque, mais do que ninguém ela conheceu a fundo o amor desvelado de Deus para com suas criaturas, revelado na Encarnação do Verbo em seu seio puríssimo. Tanto isto é verdade que, no seu cântico de louvores ao Criador, ela afirmou que a misericórdia divina se estende de geração em geração (Lc 1,50), tornando-se ela mesma um canal extraordinário das redentoras graças divinas. Desde o dia triunfal da ressurreição de Cristo, fundamento de nossas esperanças, a Igreja jamais deixou de dirigir à Mãe de Jesus uma parte de sua gratidão pelo incomparável benefício que prestou ao gênero humano e pelas múltiplas e repetidas provas de sua assistência materna. Para que, de um modo visível, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade visitasse esta terra, para que se fizesse homem como nós e nos ensinasse o caminho da reabilitação, era necessário que uma mulher pelas suas virtudes e merecimentos, atraísse a atenção de Deus e O fizesse vir até nós. Mister se fazia que uma representante do gênero humano, bastante pura, santa, perfeita, que na terra fosse sua mãe, concretizasse em si aquela grandeza que deveria ter aquela que daria aos homens o Messias prometido. Era necessário que alguém sustentasse entre nós a pesada coroa, tão nobilitante, honorífica, mas difícil de se conservar: a coroa da santidade existencial. Esta foi a notável missão de Maria Virgem na obra da redenção da humanidade, obra salvadora realizada pelo Filho de Deus que se fez homem e habitou entre nós. Eis por que os cristãos sempre honraram e veneraram esta criatura privilegiada. Deparamos suas formosas imagens nos mais antigos recintos religiosos da cristandade. Todas as gerações que se sucederam no decorrer dos tempos foram transmitindo umas às outras, como herança preciosa, como valioso patrimônio, o culto daquela que neste mundo foi verdadeiramente a Mãe de Deus. Todos pararam um momento diante dos altares de Maria Virgem. Todos a lhe dirigirem uma súplica a implorarem sua poderosa proteção. Os séculos passados lhe edificaram inclusive suntuosas catedrais, lhe cantaram maviosos hinos, derramaram contritas lágrimas de piedade e de amor diante de suas estátuas. Os tempos modernos, cujo ideal parece ser a negação das crenças antigas, cuja ambição se apresenta como demolição da moral religiosa, dos princípios éticos fundamentais sobre os quais descansa o edifício social, a organização da família e a consciência do indivíduo, volvem ainda amorosamente os olhos à Virgem Santa e dela se lembram nos dias de grande calamidade, para ela se voltam nos instantes de amargura e sofrimento. É que no íntimo dos corações, no mais profundo da consciência, está insculpido o senso deste poder superior que desce do seu trono de graça e de misericórdia por ser ela Rainha poderosa, Mãe do Verbo de Deus Encarnado.
* Professor durante 40 anos no Seminário de Mariana.

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