segunda-feira, 12 de abril de 2010

A DEVOÇÃO Á MÃE DE DEUS

A DEVOÇÃO À MÃE DE DEUS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Como em outras épocas, também em nossos dias, o cristão percebe a exigência e a necessidade de compreender e valorizar a missão que a Mãe de Jesus desempenha na Igreja e em sua vida espiritual por força de sua atuação na existência e obra do Redentor. Nela, o Todo-Poderoso realizou grandes coisas (Lc 1,49). Este fato é um sinal extremamente significativo oferecido ao povo de Deus em seu caminho na fé
A redescoberta de Maria, acontecimento marcante de nossos dias, aparece clara na renovação da piedade marial em bases sólidas. Verifica-se então um encontro ainda mais autêntico, pessoal, com a Mãe de Jesus, alicerçado no Evangelho e expresso num diálogo através de preces profundamente teológicas e instantes de reflexões ante suas imagens.
É que esta Madona celestial pede, exige mesmo, dos cristãos, respostas vitais, concretas, advindas da mente e do coração, mas impregnando o agir com as grandezas espirituais nela contempladas.
Apenas assim sua figura singular adquire seu atrativo evocador e estimulante, porque inserida profundamente na trama global da trajetória do seguidor do seu divino Filho. Deste modo, ela se torna questionamento e inspiração para encarnar os valores cristãos no viver de cada instante pessoal no de toda a comunidade.
Para ventura nossa, a especial veneração da Mãe de Cristo, fenômeno irresistível que prevalece em toda a História da Igreja, alcança, de fato, notável incidência em nosso tempo, bem denominado era de Maria.
O movimento mariano pós-tridentino se expressou no século XX, principalmente no pontificado do papa Pio XII, por meio de uma série de atos oficiais da maior transcendência que tendiam a realçar a presença de Maria na vida e no pensamento cristãos. Foram momentos gloriosos a consagração do mundo ao Coração Imaculado, em 1942; a definição do dogma da Assunção, em 1950; a celebração festiva do Ano Mariano, comemorativo do centenário da definição da Imaculada Conceição, em 1954. Neste mesmo clima mariano, animadas pelo magistério pontifício e episcopal amadureceram diversas iniciativas a nível de estudo e de pastoral. Assim, os congressos marianos internacionais, o aparecimento de novas sociedades mariológicas, o reflorescimento das peregrinações e tantas outras formas de piedade mariana, algumas que já tinham sido relegadas ao esquecimento por força da atuação nefasta do espírito das trevas, sempre cioso em ofuscar as glórias de Maria.
No início do século XXI, o Papa João Paulo II proclamou a 7 de outubro de 2002, o ano do Rosário. E acrescenta aos quinze mistérios já existentes, isto é, aos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, "pequenas novidades": os cinco mistérios luminosos. João Paulo II bem pôde também ser dito um papa mariano, tendo visitado os mais célebres santuários de Nossa Senhora de todo o mundo. Ele continuara na alheta de seu antecessor Paulo VI que havia proclamado Maria, Mãe da Igreja.
O Papa Bento XVI escolheu pessoalmente Aparecida com sede da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe e lá esteve honrando a Padroeira do Brasil. Em suas alocuções e encíclicas se percebe a profunda devoção do Chefe da cristandade para com a Mãe de Jesus, incrementando sempre o amor a ela como sinal de uma caminhada segura para a pátria celeste.
*Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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