segunda-feira, 8 de março de 2010

Solução para os problemas atuais

SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS ATUAIS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Cumpre, sobretudo em nossos dias, a formação de uma consciência reta em favor da vida para que se concretizem os ensinamentos de Cristo num mundo tão conturbado.
Apenas quando houver uma conscientização maior de que cada um de nós constrói a sociedade em que vive pelo que cada um é e não pelo que tem é que reinará a eqüidade.
Só quando a família e todos os governantes conhecerem e reconhecerem as leis sagradas da justiça, do perdão, da tolerância, da cooperação, da ética cristã é que atingiremos uma situação mais luminosa e menos opressora.
Então, sim, a energia do bem fluirá então livremente através de todos que se desobstruírem das imperfeições mais grosseiras e aviltantes, dos egoísmos, dos sentimentos estreitos e mesquinhos, para darem passagem à vida plena que Deus quer para todos indistintamente.
A tarefa é imensa e estará sempre por ser completada.
É universal, pois todos os homens são chamados a irradiarem na terra o amor pregado por Jesus e, em conseqüência a dizerem não à violência, porque Deus a recusa formalmente.
Extirpar as forças de negação que tudo destroem e espalhar a dileção que constrói, edifica e humaniza, eis aí a nobilíssima missão do discípulo de Cristo. Mais de dois mil anos da vinda de Jesus a esta terra e ainda não foi implantada a “civilização do amor!” Mahatma Gandhi, que não era cristão foi um grande apóstolo da não-violência. Com rara perspicácia chamou a atenção dos discípulos do Evangelho quando afirmou: “O cristianismo é muito bom. Não confundam os ensinamentos de Jesus com o que se está passando na sociedade moderna”.
Esta é a visão que cada um deverá cultivar: o mundo será feliz no dia em que todos viverem plenamente o “Amai-vos uns aos outros.” Cada um de nós se torne agente deste ideal sublime, consertando todos os desacertos humanos.
Estejamos certos de que cada palavra, cada sentimento e gesto nosso repercute em nossa vida, na existência dos outros e de toda a humanidade.
Cada um então se investigue, se purifique, coopere no reequilíbrio do mundo atingido pela violência em todos os níveis. Aos poderes ameaçantes e destruidores, oponhamos as “armas da luz” (Rm 3,123).
Estabeleçamos sempre a liberdade crítica em relação ao processo social. Promovamos a caridade, mas não nos esqueçamos nunca da justiça para com todos, pois a caridade deve sempre inspirar e animar a justiça. Estejamos conscientes de que não adiantam as esmolas, se o direito de cada um não é respeitado. Não limitemos o amor apenas ao campo interpessoal do eu e do tu, pois é preciso lutar corajosamente para que as estruturas sociais não sejam opressoras, tirânicas, desumanas.
Implantemos a contra violência através da caridade e da justiça, pois uma supõe a outra.
É impossível crer no Amor se ele não transformar o mundo.
Estaremos, deste modo, aptos a vencer a violência e a conduzir assim milhares à harmonia interior, à presença inefável do Deus de amor numa vivência total do verdadeiro amor cristão.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

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