SERVIR A DEUS E NÃO AO DINHEIRO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A Campanha da Fraternidade deste ano tem como lema a advertência de Cristo: ”Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Cumpre, de fato, a adoração ao Criador e não o endeusamento dos bens terrenos bem simbolizado no dinheiro. O dinheiro deve estar a serviço do homem e não o ser racional a ele submetido. Não se pode admitir o monoteísmo do mercado. O capitalismo selvagem faz do dinheiro o valor supremo da vida. Disto resulta uma série de erros pessoais e sociais. De um lado, não se usufrui bem o que se possui, por causa do desejo de querer sempre mais e ocorre uma obsessão para se capitalizar além do necessário e daí a diminuta parcela de ajuda ao próximo. Da parte do Estado, é o que se vê por parte num mundo onde a riqueza está concentrada nas mãos de uns poucos e a maioria na miséria. Esta continua a ser uma triste realidade neste início de milênio. Impera a cobiça.. Não há uma justa distribuição dos bens exatamente porque os poderosos se julgam donos do mundo. O objetivo é o lucro custe o que custar. Tudo isto é fruto da tentação do dualismo. Há um culto das ideologias ou das modas impostas pelo mundo, donde o esquecimento do amor ao próximo e a Deus. Procura-se tão somente a própria felicidade e não também a dos outros. Existe sempre a tendência de querer compatibilizar o Criador e os valores terrenos. Este dualismo é uma ofensa a Deus e gera a hipocrisia, dado que se traz o nome de cristão, mas não se é totalmente cristão. Daí resulta a contradição, pois entre a fé o mundo, entre Cristo e a si mesmo, prevalecem as coisas terrenas e o interesse pessoal e não o do Mestre divino. Dois amores incompatíveis, duas cidades adversas, mas muitos são os que optam pelo mundo e por si e não pelo amor divino e da Jerusalém do alto. A Campanha da Fraternidade chama, portanto, para a coerência, para a ordem interior. Deus em primeiro lugar. Então, sim, reina a paz interior, porque somente quando se serve a Deus é que cada se engrandece e pode degustar os bens que Ele colocou no mundo, mas que devem usados tendo como referencial os valores eternos. Não se trata, portanto, de se privar dos bens terrenos, mas de ordenar o seu uso em função do Criador. Quem tem o coração dividido se excede na comida, no vestuário, nas compras, na bebida, nas festas mundanas. Quer acender uma vela a Deus e outra ao diabo. Não se deve transformar o dinheiro num ídolo, num fim em si, mas somente num meio que dever ser sabiamente controlado, sabendo o discípulo de Jesus bem o usar, ou seja, o dinheiro deve ser um instrumento e não o carro chefe da vida do cristão. Dentro destas considerações o que deve prevalecer é o equilíbrio. O desprezo total do dinheiro pode conduzir a comportamentos aberrantes. A previdência não contradiz a providência divina que nunca passa recibo aos indolentes e incautos. Cristo mesmo elogiou numa parábola aqueles que, tendo recebido certa quantia, a fizeram frutificar. Quando o dinheiro não é o ídolo de alguém, ele se torna útil para se fazer o bem aos outros. Surgem até grandes virtudes como a generosidade, a solidariedade, a partilha. O dízimo se torna uma obrigação fácil de ser cumprida..A magnificência, que deve ornar quem licitamente possui mais, leva não a dar grandes contribuições por ostentação, mas tudo a ofertar com grandeza de alma. Em síntese, é o uso racional da riqueza que a CF inculca.que o dinheiro não pode ser um embaraço na capacidade de amar a Deus e ao próximo. A verdadeira riqueza do batizado, seja qual for sua situação econômica, é a fé. É a certeza de ser amado por Deus e por Cristo independente de suas posses. Em si, o dinheiro não nem desprezível nem digno de amor. Seu uso é que o faz bom ou mau. Em todo projeto humano não é o dinheiro que deve ter prioridade, mas a pessoa humana. Como diz o Apóstolo “tudo é vosso, e vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1 Cor 3,23) . A isto adite-se o alerta de Jesus: “ Lá onde está o teu tesouro, ali estará o teu coração” (Mt 6,21). * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
:)
domingo, 14 de fevereiro de 2010
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servir a deus e nao ao dinheiro.
ResponderExcluirsim ,deus esta em primeiro lugar
assim como nossos irmâos,amando nosso proximo
estaremos caminhado em direçâo certa fazendo
justiça,em direçâo da vida.
benelooze
*****servir a deus e nao ao dinheiro.
ResponderExcluir******
Não se pode andar para a esquerda e para a direita ao mesmo tempo. Ninguém pode ir para frente e para trás ao mesmo tempo.
O que Jesus nos diz é muito sério! E justamente por isso deve ser encarado com seriedade: “Ninguém pode servir a dois senhores. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
benelooze