quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O DRAMA HUMANO

O DRAMA HUMANO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
As recentes catástrofes ocorridas na região de Angra dos Reis e outras partes do Brasil e, sobretudo, o que aconteceu no Haiti deveriam servir para que o homem do século XXI seja mais humilde, ao menos para reconhecer a precariedade de muitos de seus atuais conhecimentos teóricos e práticos. .Com efeito, os cientistas não são ainda capazes de diagnosticar com antecedência todos os possíveis deslizamentos de terra, as enchentes e os fenômenos geológicos como os que aconteceram na região das Caraíbas. A verdade é que rui por terra o arrogante sentido de onipotência que alguns cultivam no mundo de hoje, seguros de que os impressionantes poderes do progresso científico já podem oferecer segurança absoluta. Conforme foi propalado na Imprensa, "tecnicamente já existe a possibilidade de prever essas catástrofes naturais, mas na prática falta tempo e dinheiro para desenvolver plenamente o sistema", afirmou Jean François Kaufeler subdirector do Centro de Controle da European Space Agency em Darmstadt, cidade da Alemanha, cognominada “Cidade das Ciências” - "Wissenschaftsstadt". Há necessidade uma compreensão e domínio maior das alterações climáticas planetárias e de outros fenômenos sobretudo com a realidade do aquecimento global, objeto de tantas controvérsias entre as nações mais poderosas do planeta. Sistemas de observação ambiental por satélite se tornam ainda mais urgentes. Gases com efeito de estufa, poluentes e correntes oceânicas, buracos na camada de ozonio são uma espada de Dâmocles sobre a humanidade. Monitorar os ocorrências que podem causar catástrofes é um imperativo da hora presente. Cumpre, além disto, uma visão exata das áreas afetadas por uma calamidade, de tal forma que não basta a mera reconstrução de lugares destroçados, simplesmente desafiando a natureza. Há de se identificar outros locais de risco, mundo todo, para que vidas não sejam ceifadas em tão grande proporção. A tudo isto se adite um mínimo de bom senso das autoridades que, sabendo da periculosidade de certas regiões, permitem construções condenáveis e perigosas. Notícias aparecem nos jornais de prédios que desabam porque aumentam o tamanho de uma edificação sem preparar a estrutura para tal.
Todos os fatores ambientais devem ser tidos em conta e uma punição exemplar merece aqueles que se deixam subornar para conceder alvarás de todo descabidos. Deus concedeu inteligência ao homem, mas este nem sempre respeita as leis cósmicas e age, às vezes, sem o bom senso.
Não há dúvida que o aquecimento global, provocado em grande escala, está ameaçando o planeta. Tempestades mais intensas, tornados mais devastadores, secas e inundações com grande poder de destruição poderão acontecer mais frequentemente pela incúria do homem que precisa respeitar ainda mais as maravilhas que Deus colocou neste mundo.
Entretanto, sempre será louvável e digno de nota a solidariedade humana para com que os que sofrem como vem ocorrendo neste momento. O auxílio das mais diversas nações, salientando-se a presença humanitária eficiente do Brasil no Haiti, a doação às mais diversas entidades caritativas, é uma prova de que há muito amor no mundo e que, de fato, “a esperança não pode morrer”.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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