sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

JUBILEU DE PRATA DO PE.PAULO DIONÊ QUINTÃO

HAEC EST DIES QUAM FECIT DOMINUS,
EXULTEMUS ET LAETEMUR IN EA

Este é o dia que o Senhor fez para nós, exultemos e nos alegremos nele.
(Sl 117, 24)

Oração gratulatória, proferida pelo Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, dia 29 de junho de 2009 , no Santuário Santa Rita de Cássia, em Viçosa, ao ensejo da Missa de Ação de Graças pelo Jubileu de Prata Sacerdotal do Pároco Pe. Paulo Dionê Quintão.


Grande honra saudar o ilustre Pároco Pe. Paulo Dionê Quintão neste dia de seu Jubileu de Prata Sacerdotal numa Missa tão solene presidida pelo estimado Arcebispo D. Geraldo Lyrio Rocha.

O significado, porém, deste acontecimento ultrapassa os lindes desta cidade de Viçosa, uma vez que estamos homenageando um preclaro líder religioso e um notável intelectual, cuja atuação tem marcado luminosamente localidades importantíssimas deste Estado de Minas Gerais e honrado admiravelmente o Clero de toda a Santa Igreja.

Este sacerdote jubilar foi formado no célebre Seminário de Mariana e a seriedade e a vocação do saber caracterizaram o jovem estudante que percorreu, como seminarista, com rara sapiência, entre outros, os Cursos de Filosofia e Teologia, tendo recebido uma base sólida no Curso Primário nas Escolas Estaduais de Abre Campo.

Ordenado sacerdote a 29 de junho de 1984 na Matriz de Santana, de Abre Campo, pela imposição das mãos do saudoso e sábio Arcebispo Dom Oscar de Oliveira, em mais de dois decênios, tem, de fato, se revelado um dos mais extraordinários presbíteros da Igreja neste início de milênio.

Ostenta as mais peregrinas virtudes que ele acrisolou no lar honrado de seus virtuosos progenitores, Sebastião Quintão Filho, que lá do céu acompanha esta celebração eucarística, e Ambrosina Mendes Quintão, esta aqui presente a quem rendemos nosso preito de profunda veneração, através dos versos do notável poeta Pe. Antônio Tomás:


“Ser Mãe de um padre é ser de Deus criador
Mãe de outro Cristo, excelsa criatura,
Que vence a Deus quando na prece implora.
Por estas almas que seu filho cura.

A mãe de um padre é mãe da humanidade.
Fonte de vida que o ser acalma.
É ser mais mãe, pois gera na verdade
A vida nobre que dá vida à alma.

A mãe de um padre é encarnação de anjo.
Que no peito uma fornalha encerra.
É pérola do céu que algum Arcanjo
Deixou cair na escuridão da terra”.



De seus virtuosos pais e de nobres antepassados, como Monsenhor Francisco de Paula Salgado, irmão de sua piedosa avó paterna, Pe. Paulo Dionê Quintão herdou uma fé profunda e uma admirável disponibilidade para o serviço social, dilatando sempre sua cultura e santidade existencial em função da humanização da sociedade.

Mons. Salgado, um dos inspiradores da vocação sacerdotal do Pe. Paulo, foi um dos mais cultos sacerdotes do clero marianense. Doutorou-se em Roma em Direito Canônico. Trabalhou na Comissão Pró-seminário Pio Brasileiro de Roma e passou depois a residir no Rio de Janeiro, prestando valiosos serviços na Cúria Metropolitana e em outras atividades pastorais. Piedosíssimo, teve uma morte sublime: faleceu a 6 de dezembro de 1964, um domingo, celebrando a Santa Missa das 18 horas na Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú.

A abnegação e dedicação ao bem comum se tornaram, desde cedo, a marca luminosa da existência do Pe. Paulo Dionê Quintão, que faz do apostolado filantrópico um ideal permanente à luz das diretrizes daquele é “Caminho, Verdade e Vida”.

Como diácono, fez parte integrante da equipe de formação do renomado Seminário São José, de Mariana.

Após sua ordenação sacerdotal, foi Administrador Paroquial da Comunidade de Monsenhor Horta, em seguida, Pároco em Ponte Nova da paróquia da Santíssima Trindade, tendo dado também assistência à cidade de Amparo do Serra e ao curato de Oratórios.
Dia 11 de julho de 1986 tomou posse como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade em Barbacena, onde, com rara solicitude e ardor missionário, exerceu, durante 17 anos, seu ministério sacerdotal, tendo assumido a Paróquia de Santa Rita de Cássia na cidade de Viçosa, dia 26 de agosto de 2003. Naquele dia todos nós dissemos: Bienvenu! Welcome! Bienvenido! Willkommen! Еύλογημένος ό έρχόμενος έν όνόματι Κυρίου. Benedictus qui venit in nomine Domini. Bendito o que vem a esta Cidade, trazendo as luzes da sabedoria divina.

Continuou membro da equipe de formação do Seminário Maior São José e, desde 2001, assumiu a Cátedra de Administração Paroquial, sendo Coordenador do referido curso.

Notabilizou-se como Vigário episcopal da Região Sul da Arquidiocese de Mariana, demonstrando rara diplomacia, eficiência e competência neste honroso, mas espinhoso cargo.

Antes em Barbacena, e agora em Viçosa, apreciadíssimos são seus programas radiofônicos, tendo atuado, outrossim, em diversas Redes de Televisão, como na Rede Vida, na Rede Globo, na Rede Minas, evangelizando, com sabedoria, através destes meios de comunicação social.

Sabedor de que as palavras geram formas de comportamento não perde, deste modo, oportunidade alguma para lançar sementes que vão construindo a imperturbabilidade no coração de milhares de ouvintes por ele conduzidos, deste modo, às paragens da ventura existencial.

Evangelizador dinâmico, em 1988, acolheu em Barbacena as “Irmãs Cordimarianas”, em 2007, em Viçosa, as “Irmãs Oblatas de Nazaré”, para prestação de trabalhos na Educação Infantil do Berçário e Creche Santa Rita de Cássia e diversas outras pastorais e, em 2008, as Monjas Beneditinas que estabeleceram naquela cidade um Mosteiro.

É um incentivador das vocações religiosas, tendo, outrossim, já encaminhado inúmeros jovens para os Seminários e para as mais variadas profissões.

Líder, consciente de suas responsabilidades, o Pe. Paulo é onipresente no território de sua jurisdição.

Fundou já a nova Paróquia de São João Batista, a quarta da cidade de Viçosa, está organizando a Comunidade de Nossa Senhora de Lourdes na sua Paróquia de Santa Rita de Cássia.

Asseverou São Jerônimo que “aiunt divinare sapientem” - dizem que o sábio sabe prever. Deste modo, antevendo um progresso material, espiritual e cultural, ele vai ampliando a presença da Igreja na Cidade e, sobretudo, na sua Paróquia.

É, outrossim, Diretor Espiritual do Conselho Central de Viçosa da Sociedade São Vicente de Paulo e das Bandas Católicas “Eterna Unção” e “Kairós”.

Ciente de que as injustiças sociais e a ausência de uma educação sábia é que se tornam a fonte dos desvios éticos, reduzindo muitos à triste condição de detentos nos indesejáveis cárceres, maravilhosa sua dedicação à APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. A APAC de Viçosa foi representada, em julho de 2007, por sua então presidente, a Psicóloga Ana Cláudia da Silva Junqueira no Congresso na Cidade de Toronto no Canadá, tendo sido convocada pela PRISON FELLOWSHIP INTERNATIONAL, órgão consultivo das Nações Unidas. Lá estavam representantes de 114 países e o tema do Congresso foi “Onde o amor e a justiça se encontram”. Em Viçosa o Pe. Paulo, reza sempre com eles, os instrui, ministra-lhes os sacramentos, derrama torrentes de luzes nos seus corações, esclarece suas inteligências. Humanista do mais alto gabarito se torna um galeno da sociedade, tratando o cancro horripilo do crime com rara perspicácia através de uma terapêutica divina. Combate, com todas as energias de seu ser e todas as forças de sua existência, o delito na sua fonte. Metamorfoseia o criminoso que passa a perceber que todo ato condenável traz consigo conseqüências funestas e desagradáveis para si e toda a comunidade, deslustrando as primazias de nossa espécie humana e esfacelando as entranhas da sociedade.

Dentro desta filosofia de vida aceitou ser o Assessor da Pastoral da Criança e do Menor da Região Mariana Leste, por ter consciência que cumpre cortar os males pela raiz e legar à sociedade jovens que, imunes da contaminação dos corruptos, se tornem também arautos do bem estar social. A Pastoral do Menor em Viçosa é modelar e trabalha intensamente para promover e defender a existência sagrada da criança e do adolescente, empobrecidos e em situação de risco, desrespeitados em seus direitos basilares.

Por tudo isto tem impulsionado, outrossim, inúmeros outros movimentos pastorais e dado total apoio a leigos e leigas bem formados que se tornam seus auxiliares esclarecidos na pugna pelo bem e pela verdade.

Viçosa está se tornando ainda mais viçosa com a presença deste Pastor desvelado, que veio escrever seu nome na galeria dos notabilíssimos Párocos desta renomada urbe.
Todos os viçosenses já se tornaram admiradores entusiastas das excelências de sua pessoa e todos sempre a lhe dever mimos e extremos de bondade e benevolência.

Tão grande a confiança que inspira a suas ovelhas que tem ampliado os espaços de evangelização. Com grande júbilo anunciou em agosto de 2007 o Projeto “Bom Pastor” no antigo Castelinho, numa colina bem perto do centro da Cidade. Asseverou então, profética, poética, teológica e filosoficamente: “A cada dia agradeceremos com o Bom Pastor os caminhos de uma Igreja Samaritana na qual o maior tesouro é a Pessoa Humana”. É aí que se instalou o Mosteiro “ Mãe de Deus” das monjas beneditinas.

Pe. Paulo Dionê Quintão é um fidalgo na plena acepção da palavra.

Ativo e brioso, íntegro e probo, detentor de um talento administrativo extraordinário, dotado de uma perseverança inflexível, de uma paciência heróica, de uma afabilidade imperturbável e uma bondade sem limites, é o protótipo do varão de crenças extremadas e de uma sabedoria excepcional.

Personifica o que declarou Sêneca : « O homem sábio não faz nada que não deva fazer, mas nem deixa de fazer o que deve”.

Em festas, portanto, hoje a Cidade de Viçosa, porque está a homenagear um iluminado, possuidor de raríssimas qualidades humanas e preciosas intuições da vida, tudo isto, respaldado por uma cultura invejável.

Puritano do dever, paladino da honra, luzeiro intenso de caridade, exemplar famoso da virtude, inteligência fulgurante o nosso estimado Jubilar é, sem sombra de dúvidas, um luminar que continuará a irradia fulgores intensos na trajetória desta cidade de Viçosa.

Condecorado com inúmeras honrarias, como Diploma da Medalha da Ordem do Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais, de Cidadão Benemérito de Barbacena, de Cidadão Honorário de Viçosa, tem colecionado Prêmios, Títulos e Placas que tornam o seu Currículum Vitae o espelho de suas boas ações e de seu dinamismo na promoção da felicidade coletiva.

Escritor, poeta, filósofo, teólogo, conferencista, professor, é um orador claro e eloqüente, revelando-se um especialista em pregação de Retiros Espirituais para Seminaristas e Religiosas de várias Congregações e palestras para universitários e outros estudantes de diversos níveis.

Membro da Academia Barbacenense de Letras e Membro Fundador da Academia Mantiqueira de Estudos Filosóficos, tem artigos estampados em diversos jornais do país.

Celebrizou-se já com estes seus livros muitíssimo apreciados: Mensagem de Vida e Esperança, editado em Brasília pela CNBB; Juntos no Caminho, publicado pela Edições Loyola, de São Paulo; e Unidos em Oração, impresso no Centro Gráfico e Editora Ltda, de Barbacena .

Ratificamos in totum as palavras do insigne Arcebispo Dom Luciano Mendes de Almeida que prefaciou a primeira obra, asseverando que “suas páginas lidas e meditadas, hão de levar sempre a muitos leitores, a paz e esperança que Padre Paulo, em nome de Cristo, anseia a todos comunicar”.

O famoso teólogo e escritor Pe. Roque Schneider, no prefácio de Juntos no Caminho declarou ser este livro de 411 páginas uma “estrela que ilumina, roteiro seguro para nossos passos peregrinos no tempo rumo à eternidade”.

Os textos do Pe. Paulo são cativantes, abordando temas existenciais numa pedagogia celestial que encanta, enleva e arrebata.

É, sem sombra de dúvidas, um consumado prosaísta que se expressa num vernáculo digno dos grandes nomes de nossa literatura. Sem perder o fio condutor de suas reflexões, as aclara, evitando digressões improfícuas, que obnubilam a mente dos leitores. Aspectos subsidiários, porém, que enriquecem a diretriz transmitida são valorizados, com o que acaba iluminando todos os ângulos da tese apresentada. Suas obras são destes livros que “a gente abre num gesto de curiosidade e fecha cantando um salmo”, como se expressou o citado Pe. Roque Shneider. Isto porque a coesão preside seus escritos, redigidos numa metodologia envolta na exatidão dos termos. Adite-se a análise precisa de fatos e pessoas e uma exegese detida e lúcida do pensamento dos Arquitetos das idéias. Jamais resvalou para o vazio sonoro, expressando sempre os pulcros pensamentos que transmitem júbilo e otimismo.

Esplêndida, por isto mesmo a contribuição original por ele trazida à edificação psicossomática de seus leitores e ouvintes.

No falar e no escrever o Pe. Paulo se mostra verdadeiro construtor de estruturas lógicas nas veredas da morfologia e da sintaxe.

Modelo, realmente, de comunicólogo suas palavras possuem uma força intrínseca que leva ao enriquecimento cultural e espiritual de seu público alvo.
Está sempre cônscio da responsabilidade de quem escreve e fala, jamais podendo ser arrolado entre os prestidigitadores que iludem por não serem nuvens que fazem jorrar as torrentes da sabedoria.

Coloca a lógica a serviço de um discurso proveitoso e construtivo, longe das generalizações vazias, inúteis e confusas.

Valoriza os recursos da era da informação sem descurar a formação de quem o lê e ouve.

Revela-se ciente de que o mundo de hoje é multissemiótico e multissistêmico e todo cuidado é pouco para não confundir os outros num emaranhado de sinais, símbolos, signos que não conduzem ao cerne do que realmente concerne ao ser pensante.
Seu estilo vibrante toca as mentes, devido a finura de seu espírito, a força de suas convicções.

Sua fala e seus escritos são graciosos e solenes sem serem pedantes; harmoniosos e indenes de ornamentos desnecessários.

Êmulo de um Demóstenes, de um Marco Túlio Cícero. de um Bossuet, de um Bourdaloue em seus fogosos axiomas, assemelha-se a um João Crisóstomo na suavidade de suas mimosas locuções.

Concilia a katábase e a anábase de dois notáveis literatos: Vieira e de Manuel Bernardes. A exemplo de Vieira, falando das realidades celestes, tem os olhos nos seus ouvintes, descendo do céu à terra; mas como Manuel Bernardes, ainda que falando das criaturas, está sempre absorto no Criador, subindo da terra ao céu.

Cidadão inserido em seu tempo, Pe. Paulo Dionê Quintão vive auscultando, com acuidade, os problemas do homem de hoje, mas sabe se recolher muitas e muitas vezes na cela seu coração para, da interioridade do contacto com o Ser Supremo, poder dotar de unção suas discursos e escritos.

Usa as galas e louçainhas de estilo em função da difusão da Boa Nova, enriquecida com alindamentos literários.

Segue deste modo o modelo do Mestre divino Jesus Cristo que empregou tropos fascinantes para ilustrar sua pregação e narrou parábolas maravilhosas, enriquecidas com inúmeras imagens agrárias, como as metáforas dos lírios dos campos, das aves, dos trigais, e locupletadas com comparações hauridas de várias atividades humanas, referindo-se aos administradores, aos juizes, aos médicos.

É a arte de idealizar o concreto e concretizar o abstrato.

Quem analisa a obra estética deste artista da palavra há de perceber nela arroubos extasiantes de um Agostinho e a quietação serena de um João da Cruz .

Inflexível diante do que prescreve a lei divina e eclesiástica, ortodoxo no pleno sentido do termo, atinge o que idealizou o sábio Pio XII: é sadiamente moderno.

Vive o que prega, prega o que vive.

Se preciso, troveja contra o mal com tato e discernimento, mas ninguém é mais condolente ao exorar uma defesa de quem está lançado num miserando infortúnio do corpo e do espírito, atauxiada tal alegação com todo o carinho.

Cultor invicto do belo, ama as formas clássicas, mas detesta uma literatura bastarda, estreita e meramente convencional.

Está convicto de que o atual contexto exige escritores e pregadores atualizados e que saibam falar uma linguagem moderna, mas sem resvalar para os absurdos que contaminam e deslustram “a última flor do Lácio”.

A sua caneta é um verdadeiro cinzel, pois ele não escreve, esculpe.

É de se notar que todos os dotes literários deste neo-acadêmico têm sido cultivados, como foi mostrado, por entre intensos labores no desempenho das altas funções e pesados encargos de uma evangelização profícua.

Como um condor ascendendo as alturas, pode contemplar todas as vicissitudes humanas e vir de encontro das mais prementes necessidades dos cidadãos e dos cristãos.

O Pe. Paulo prova deste modo a compatibilidade possível entre as tarefas pastorais e as atividades culturais.

Prezado Pe. Paulo Dionê Quintão, Viçosa o saúda neste dia com muita alegria e haec est dies quam fecit Dominus ad nostram laetitiam – este é um dia que Deus fez para nossa alegria.
Tudo isto porque V. Revdma muito glorifica esta Cidade e toda a Igreja, dado que é hortulanus animarum – um preclaro jardineiro dos espíritos, humanitatis studiosissimus – um inigualável humanista.

Prolfaças!
ITA IN FIDE SACERDOTIS ET MAGISTRI.

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