sexta-feira, 27 de março de 2009

UM EXEMPLO DE CIVISMO

UM EXEMPLO DE CIVISMO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Eis aqui alguns depoimentos que ajudam a bem analisar o extraordinário brasileiro que foi o Dr. Arthur da Silva Bernardes.. Neles fulgem as dificuldades deparadas, a paz patrioticamente mantida, a energia indomável de um incomparável chefe que, não obstante as crises, colocou o Brasil na rota do progresso.
Cláudio Maria Thomás, na História do Brasil para o Curso Superior, da renomada coleção F.T.D. dos Irmãos Maristas assim se expressa: “O Dr. Arthur Bernardes revelou-se ótimo administrador, homem de pulso enérgico na presidência do Estado de Minas Gerais. Aceitou a Presidência da República com firmíssimo propósito de melhorar nossas finanças fortemente abaladas por vários motivos. Infelizmente uma oposição desarrazoada e entretida por uma imprensa pouco esclarecida quanto ao bem da nação, obrigou-o a desviar sua atenção da restauração econômica do Brasil e a gastar muito dinheiro para manter a ordem pública e garantir a paz interna, de modo que não lhe foi possível executar, senão parcialmente, o programa que idealizara para a prosperidade de nossa terra”.
Cruz Costa, em sua difundida História da República: “Arthur Bernardes, o novo Presidente, recebia uma situação dificílima. Além de uma permanente ameaça de revolução, em virtude da malquerença e da agitação dos militares, encontrava os primeiros efeitos de uma crise econômica decorrente do fim da primeira Guerra Mundial. Só lhe foi possível governar em crônico estado de sítio”.
José Maria Bello, na consagrada História da República: “O Presidente revelara, em longa e tenaz resistência, virtudes de coragem refletida e fria, que se não despertava entusiasmo, pela sua própria natureza, acabara, entretanto, por tornar-se temida. Parecia que os outros poderes políticos da República se resignavam, sem mais esforços, à primazia extrema do Executivo. Lentamente se restauravam as forças econômicas do País com imediatos reflexos sobre as finanças públicas”68.
Pedro Calmon tem esta opinião: “Representa Bernardes a autoridade resoluta, exercendo-a com pleno poder de polícia. Não criara a situação, herdara-a, com o problema político, da inconformidade, agravado pela questão militar, da pressão”.
O Novo Dicionário de História do Brasil, Edições Melhoramentos: “Dotado de acentuada inflexibilidade, conseguiu o presidente fortalecer o poder Executivo”.
Em Grandes Personagens de Nossa História, da Abril Cultural, há uma frase lapidar que sintetiza as dezesseis páginas a ele consagradas: “Arthur Bernardes foi um homem que nunca transigiu os sólidos princípios que sempre o sustentaram: a honra, honestidade e coragem”.
Amarílio Júnior: “Insultado, tudo suportou com a intrepidez dos que não medem sacrifícios, nem se acovardam diante das procelas, porque sempre o animou uma fé, quase religiosa, nos destinos do Brasil”72.
Martins de Oliveira, com rara felicidade: “Estava em permanente construção de si mesmo, chegando, como chegou, à plenitude moral do cidadão perfeito. O segredo de sua força consistia em não trair os compromissos que consigo mesmo assumira”.
Assis Chateaubriand, no seu livro Terra desumana, num instante de feliz inspiração: “Não se pode dizer, sem injustiça, que os sítios do governo Bernardes tenham sido de modo geral inexoráveis, severos, traduzidos por perseguições a todos os adversários do governo. Será mesmo lícito afirmar que a medida excepcional, ele a usou cortesmente e até com benignidade”74.
João Neves, ex-líder gaúcho, em entrevista ao Diário de Minas, por entre o estuar dos eventos de 1930: “Durante os dias ásperos de luta, Afonso Pena, continuador dos brasões de um grande nome enriquecido pelo brilho de uma inteligência privilegiada, e Arthur Bernardes, que discutido, atacado, analisado, sobressai entre tantos pelo raro descortino com que abraçou a causa das aspirações nacionais e pela firmeza de autêntico Duce com que comanda as suas compactas legiões”.
No momento em que tantos escândalos, proporcionados por alguns maus políticos, alarmam a nação, é de bom alvitre recordar aqueles que, patriotas verdadeiros, engrandeceram o Brasil e se tornaram um exemplo para os jovens e para todos os que se candidatam aos cargos eletivos. * Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

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