quinta-feira, 12 de março de 2009

O PALADINO DA AGRICULTURA

O PALADINO DA AGRICULTURA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Gloria-se hoje a cidade de Viçosa (MG) de possuir uma das mais importantes Universidades Federais do mundo. Foi eleita a terceira melhor universidade do país e a primeira de Minas Gerais. Ela já havia se destacado pelo Enade e tudo isto só vem confirmar a qualidade desta notável Instituição. Atualmente a UFV possui mais de 12 mil alunos e conta com mais de 40 cursos de graduação e mais de 2.193 estudantes em seus 29 programas de pós-graduação. Possui cerca de 220 salas de aulas, 519 laboratórios, 29 bibliotecas e 17 auditórios Apesar de ter destaque em Ciências Agrárias, ela se distingue também nas Ciências Exatas, Biológicas, Humanas, Sociais aplicadas e da Saúde A origem desta modelar Universidade foi a Lei nº 761, de 6 de setembro de 1920, assinada pelo seu idealizador, Dr. Arthur da Silva Bernardes que era, na época, Presidente de Minas.
Com efeito, ele autorizou a criação de uma Escola Superior de Agricultura e Veterinária, objetivando uma exploração racional da natureza.
Quis Deus que a inauguração da Escola desse a 28 de agosto de 1926, quando era Presidente da República, o ínclito viçosense. Em 1907 ele já havia denunciado na Câmara Estadual: “Em matéria de agricultura, Sr. Presidente, nós vivemos tão aferrados à rotina que não podemos concorrer nem competir com os outros povos, tão grande é a distância que deles nos separa, nesse assunto. Ao passo que eles conhecem o manejo de todas as máquinas agrícolas e todos os novos processos de agricultura, nós ainda cultivamos a terra por um processo rude e primitivo que torna quase improdutivo o trabalho do homem. E isto é doloroso dizer-se, Sr. Presidente, em uma época como a nossa, que se sente dominada por tão belas e maravilhosas conquistas industriais”. Neste discurso deu uma verdadeira aula de economia agrícola e lembrou princípios fundamentais como este: “... há uma lei universal, uma lei econômica, uma lei científica em virtude da qual, com mínimo de esforço empregado, devemos procurar em qualquer ramo de atividade obter o máximo resultado possível”. No seu programa de governo como candidato à presidência de Minas dizia: “A agricultura, principalmente, há de ser objeto de solicitude constante de minha parte, como fator máximo de nosso progresso econômico”. Propugnava, porém, por uma agricultura modernizada: “É necessário também insistir na remodelação dos nossos processos de trabalho rural, substituindo a exclusividade dos braços pelas máquinas e demonstrando as vantagens da agronomia moderna dos adubos, da seleção das sementes etc”.Em 1921 afirmaria com ênfase: “a grandeza econômica do Brasil está nos campos”. Atualíssima esta assertiva!
Em Viçosa o jornalista José Mário Rangel está liderando uma campanha para trazer os restos mortais deste Presidente para esta cidade, na qual há na Praça principal uma estátua de corpo inteiro deste político sem jaça e que jamais desviou um centavo dos cofres públicos, sendo um modelo de cidadão, de católico.
Eis a última notícia do referido jornalista atinente a esta campanha: “Sobre a vinda dos restos mortais dele para a sua terra natal, avereadora Cristina Fontes tem se empenhado, ardorosamente, e inclusivejá contatou a família, sendo o plano da Presidente da Câmara aconstrução de um panteón para o grande brasileiro”. Diríamos: “ vere dignum et justum est “- é verdadeiramente digno e justo tal tributo de veneração a quem tanto engrandeceu a cidade de Viçosa e todo o Brasil..* Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

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