terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Responsabilidade dos pais

RESPONSABILIDADE DOS PAIS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Marden, o grande filósofo e educador, com razão asseverou: “No fundo de cada pessoa residem poderes adormecidos; forças que se despertadas revolucionam a vida”.
Há, porém, técnicas pedagógicas pelas quais se pode despertar o gigante interior que há no fundo de cada educando.
Uma personalidade bem, formada é o resultado de muitos elementos que se integram e influenciam reciprocamente.
Aos pais foi confiado por Deus a responsabilidade de oferecer aos filhos as diretrizes supremas de uma existência venturosa, ajustada às exigências da verdade ontológica e do bem moral.
A eles incumbe possibilitar aos que lhes foram entregues contemplar a realidade pacificadora da transcendência.
João Crisóstomo, deste modo, se exprimiu: “Admiro o artista que faz reviver em sua tela os traços de seu modelo; o escultor que, trabalhando a argila, nela reproduz a imagem de uma pessoa amada. Admiro, porém, muito mais ainda, aquele que possui a arte de dirigir um coração jovem, de modelar suas inclinações, de plasmar sua alma”.
É este interesse pela formação dos adolescentes que obstaculiza o homem de se amesquinhar, convertendo-se em robô computadorizado e sem alma.
Faz com que o jovem singre mares tranqüilos, enxameados de fagueiros ideais e jamais caia no culto cego da vulgaridade.
O grande drama da sociedade cristã de hoje é que muitos progenitores se esqueceram de que eles são, antes de tudo e sobretudo, educadores.
Mostram-se refratários a este múnus sagrado, que não é função vicária. Tarefa intransferível, porque os pais possuem o misterioso condão de poder penetrar fundo no coração daqueles que trouxeram à vida.
Numa cômoda atitude, muitos transferem simplesmente para a Escola a grave obrigação de educar, deslembrados de que a instituição escolar outra coisa não é senão um prolongamento do lar e a ela compete tão somente complementar ou fornecer o que em casa não foi possível ser ministrado.
Alguns há que nem se interessam pelo que se passa na Escola, menoscabando a importância capital da integração de Pais e Mestres.
Está a encargo dos pais estabelecer a base operacional de uma vida exuberante, premunida das dirupções éticas, fundamento este sobre o qual depois, juntamente com os Professores, erguerá o cidadão proficiente e o cristão autêntico. Ensinar aos próprios filhos a praticar o bem é deixar-lhes a mais preciosa herança. Desta maneira podemos asseverar que os pais lhes são úteis até depois da morte. É sempre a paz doméstica a verdadeira base da vida, e na mais esplêndida carreira de uma vida pública não se gozam senão de incompletas e superficiais satisfações, se falta o conforto que deriva do afeto da família e dos amigos. Isto por que a primeira sociedade é a família. Os vínculos familiares derivam da própria natureza: é verdadeira unidade social, é elemento da sociedade civil, a força do Estado, o ideal da humanidade e é nela que se haurem os princípios que nortearão para sempre a vida daqueles que iluminarão o mundo com suas boas ações. No campo da educação os pais têm "uma competência fundamental", sendo insubstituíveis para a formação daqueles a quem a pátria pode confiar as suas bandeiras e a Igreja os seus altares.* Professor no Seminário de Marina de 1967 a 2008.

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