quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os demônios sabiam quem era Jesus

OS DEMÔNIOS SABIAM QUEM ERA JESUS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

A expectativa do Messias foi acentuada com a presença de Jesus nesta terra.
Como lemos no Evangelho, seus ouvintes indagavam uns aos outros: “Não é ele o Messias”? (Jo 4,29). Por vezes a pergunta tinha o mesmo significado: “Não é ele o filho de Davi?” (Mt 12,23). Queriam que ele, claramente, falasse se era ou não o enviado do Pai, o Esperado das nações: “Até quando nos deixarás em suspenso? Se tu és o Messias, dize - no-lo claramente” (Jo 10,24). Havia uma diversidade de opiniões. Registrou São João que os judeus “haviam combinado excluir da sinagoga todos os que reconhecessem a Jesus como Messias” (Jo 9,22). Os miraculados, porém, proclamavam ser ele o “Ungido” que viera salvar o seu povo. A messianidade se constituía então num maravilhoso ato de fé. Marta exclama ardorosamente: “Sim, creio, Senhor que és o cristo, o filho de Deus que vieste ao mundo” (Jo 11,27). Soleníssimo foi o ato de fé proferido por São Pedro, realçado de modo peculiar, pois foi uma resposta à pergunta feita pelo próprio Jesus: “Quem dizeis vós que eu sou? – Tu és o Messias (Mc 8,29). Como, porém, na mentalidade corrente se tratava de uma soberania temporal, Cristo adotava uma certa reserva e, por vezes, até proibia que se divulgasse que ele era o Messias. É o que muitos biblistas chamam de segredo messiânico. Trata-se de uma inicial atitude de reserva de Jesus até que pudesse doutrinar plenamente seus seguidores sobre a real tarefa messiânica que ele viera cumprir. Ele, contudo, evidentemente não ignorava que o encanto de suas palavras, o esplendor de seu poder, a bondade irradiante de seu coração, sua insuperável sabedoria impediriam os mais entusiasmados deixarem de propagar seus grandes feitos.
Ele, porém, várias vezes proibiu os endemoninhados declararem que ele era o Messias (Mc 1,34). Aos próprios discípulos ele ordenava para não espalharem esta notícia: “Impôs-lhes que não dissessem tal coisa dele a ninguém” (Mc 8,10). Por certo os apóstolos O obedeciam, mas era humanamente impossível deter o arrebatamento das multidões e ele sabia disto. Na sua entrada solene em Jerusalém Ele se deixou aclamar como filho de Davi (Mt 21,9).
Aos fariseus, posteriormente, demonstra a superioridade que ele tinha em relação ao Rei do Antigo Testamento, seu ancestral. Quando o vão julgar e o Sumo Sacerdote o intima: “Adjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se és o Messias, o Filho de Deus”. Respondeu-lhe Jesus: “Tu o disseste. Antes vos digo que doravante vereis o Filho do homem sentado à direita da Onipotência e vir sobre as nuvens do céu” (Mt 26 63-64.). Por se proclamar o Messias Ele será condenado à morte.
Ele, porém confirmando plenamente sua divindade ressuscitaria dos mortos , pois “o Cristo devia morrer e ressuscitar para que em seu nome a conversão seja proclamada a todas as nações para a remissão dos pecados” (Lc 24,26).
Paulo proclamaria, entusiasticamente, que Cristo é o Filho de Deus no sentido estrito da palavra (Rm 1,4) e Pedro afirmaria que não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos (Atos 4,12), a não ser o nome de Jesus. Eis porque em todas as circunstâncias da vida se deve repetir com toda confiança: “Jesus”, “Jesus”, “Jesus” e coisas maravilhosas acontecem e vem a paz, a tranqüilidade, a imperturbabilidade, a alegria interior, pois Ele é verdadeiramente o Bem-amado do Pai e nele nós podemos inteiramente confiar! São Pedro disto tinha certeza e pôde dizer ao paralítico, curando-o: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou; em nome de Jesus Cristo de Nazaré,levanta-te e anda; (At. 3:6). O nome de Jesus é, de fato, poderosíssimo, pois Ele é o Messias, o Filho de Deus!
Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 200

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