segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS
ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho#*
Surge o Ano Novo de 2016, mas as perspectivas não são nada animadoras para o brasileiro. Diante de mais uma crise financeira, turbulência com reflexos por toda parte da nação, a inquietação toma conta do contexto atual e patenteia como são frágeis as estruturas econômicas e como é volátil a situação brasileira O presente transtorno na economia, comparado a um verdadeiro tsunami, já tem reflexos para a vida econômica de cada cidadão. As consequências funestas atingem prontamente sobretudo os que se encontram na base da pirâmide social, como sói sempre acontecer. No Brasil, segundo, alto e bom som, sem perceber as consequências desta crise, a Presidente da República e seus ministros da área econômica afirmam que o impacto este ano será menor, embora ninguém possa dimensionar exatamente o que está por vir. Há, sem dúvida, expectativa sombria de um crescimento econômico menor, menos emprego ainda e uma diminuição da renda pessoal, tornando-se mais débil o poder aquisitivo do real. Preços de alimentos têm subido. O governo continua ameaçando com novos impostos. Quebraram o país e querem que o povo pague a conta dos desequilíbrios governamentais. A incerteza bate à porta de cada cidadão. Resta apenas estar mais atento e cauteloso. Protestar é preciso e clamar: “Muda Brasil”! O certo é, contudo, que a situação atual precisa passar por funda reforma. Esta crise é o resultado dos excessos dos gastos desenfreados dos governantes. Nova mentalidade precisa ser instaurada. Abre-se, então, a oportunidade para se constituir polos públicos de desenvolvimento para financiar projetos consistentes que apoiem um crescimento em longo prazo sem aventuras danosas do atual governo. Cumpre buscar a verdade social sobre a normativa na conciliação entre o desenvolvimento econômico e o político. É necessário denunciar o binômio perverso expresso pela contradição entre o que se diz no Palácio do Planalto, na Câmara dos Deputados e no Senado e o que se passa na realidade cotidiana dos brasileiros. Estar vigilante diante das contradições concretas da realidade social para uma diagnose das mensagens que vão fluindo tantas vezes para manipular a opinião pública. Saber captar circuitos interrompidos que ficam embasados pelo jogo de cena, pelas montagens ilusórias, e, sobretudo, pelas promessas que nunca foram nem serão cumpridas. Os anéis da História não podem ser vistos separados, mas devem poder se ligar sob pena de haver a dilaceração do humano e o ludíbrio das consciências. É aí que o papel do verdadeiro cientista social aparece não se perdendo em análises superficiais e sensacionalistas, mas tirando conclusões profundas de tudo que está ocorrendo sem ceder às circunstâncias, sem a distorção dos fatos e acontecimentos momentâneos. Nada, porém, de pânico, nem de acomodação. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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