segunda-feira, 13 de julho de 2015

MISSÃO CONFIADA AOS APÓSTOLOS

MISSÃO CONFIADA AOS APÓSTOLOS Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho* Relatou “São Marcos que Jesus chamou os doze “Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois” para pregar” (Mc 6,7-12). No Credo proclamamos que a Igreja é apostólica. A palavra apóstolo vem do grego que significa enviado. Os Doze foram enviados como missionários. Foram os primeiros, mas não os únicos. Toda a Igreja, e nela todos os batizados os quais participam do múnus régio e profético de Cristo, é, realmente, missionária. O catecismo da Igreja Católica ensina que todos os membros da Igreja participam de diversas maneiras do envio de Jesus e que “a vocação cristã é também por natureza vocação ao apostolado”. Segundo o referido catecismo “chama-se apostolado toda atividade do Corpo místico que tende a estender o reino de Cristo por toda a terra” (n. 863). É de se notar, porém, que a lógica humana não é a mesma de Cristo. Eis porque a co-patrona das missões é uma religiosa que viveu no claustro durante muitos anos, tendo morrido ainda jovem. De fato, Santa Teresinha de Lisieux não percorreu o mundo pregando o Evangelho. Fez, porém, o apostolado da oração e da penitência, orando pelos missionários e oferecendo sacrifícios pelos seus trabalhos Rezava pela conversão dos pecadores, vivendo continuamente seu espírito missionário que levou a Cristo milhares de almas. Entretanto é certo que cada batizado, de acordo com os carismas outorgados por Deus e segundo suas possiblidades humanas, pode e deve se engajar nos movimentos pastorais tão numerosos em todas as Paróquias. Adite-se o apostolado do exemplo, do testemunho de vida em casa, no trabalho, seja onde o cristão estiver. Esta é o plano de Deus que quer todos envolvidos num apostolado eficiente, perseverante. O Todo-poderoso Senhor não precisa dos homens para salvar o mundo, porque Ele é Onipotente. Contudo, quis fazer do apostolado uma maneira pela qual seus seguidores, vencendo a contingência humana, pudessem se enraizar na eternidade, levando aos outros a fé que receberam gratuitamente. Ele quer que todo cristão seja ativo na missão do serviço do Reino dos Céus. É uma honra poder ser cooperador de Jesus na redenção da humanidade. Não obstante todas as suas limitações, o cristão deve estar consciente da importância de sua atuação num apostolado bem direcionado. Corresponder ao apelo de Cristo é agir com sabedoria em todas as oportunidades que se apresentam para fazer fulgurar a beleza de tudo que Ele ensinou e preceituou. Seu apelo é um apelo ao amor porque Ele quer tirar do caminho dos erros os que se acham transviados. O Papa Francisco mostrou que é preciso “uma visão eclesiológica fundada numa espiritualidade de comunhão, de participação e partilha dos dons recebidos por Deus”. Para isto o Concílio Vaticano II já havia alertado que é necessário “o exercício constante da fé, da esperança e da caridade. Só com a luz da fé e a meditação da palavra de Deus pode alguém reconhecer sempre e em toda a parte a Deus no qual «vivemos, nos movemos e existimos» (Atos. 17,28), procurar em todas as circunstâncias a Sua vontade, ver Cristo em todos os homens, quer próximos, quer estranhos, julgar retamente o verdadeiro sentido e valor das realidades temporais, em si mesmas e em ordem ao fim do homem. Aqueles que possuem tal fé vivem na esperança da manifestação dos filhos de Deus, lembrados da cruz e da ressurreição do Senhor”. É que o esplendor da fé do batizado deve brilhar através da solidariedade concreta nos mais variados encontros com as pessoas com as quais cada um convive, seja qual for sua condição social. O apostolado é um dever de caridade, pois não é possível amar sinceramente a Deus e ao próximo e ficar indiferente à vista da ruína de tantas almas. Seria um indigno egoísmo espiritual. Cristo conta com cada um de nós na obra sublime da evangelização.*Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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