segunda-feira, 11 de maio de 2015

ASCENSÃO E EVANGELIZAÇÃO

A ASCENSÃO E A EVANGELIZAÇÃO Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho* Pouco antes de subir aos céus Jesus deu esta ordem aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). Tratava-se de um mandamento não apenas para os onze discípulos, mas para todos os fiéis através dos tempos. Ordem solene para anunciar a verdade que redime. A Igreja faria suas as palavras de São Paulo: “Ai de mim se eu não evangelizar” (1 Cor 9,16). Obrigação basilar de todos os sacerdotes, mas também dos batizados os quais participam do múnus profético de Cristo. A estes também incumbe lançar por toda parte a semente da fé. O Papa São João Paulo II na sua Mensagem para a Jornada Mundial das Missões em 1991 foi claro: “Somos todos chamados a evangelizar e temos a obrigação e esta missão de base que é a mesma para todos os cristãos, devendo ser uma verdadeira obsessão cotidiana e uma preocupação constate na nossa vida”. Nem sempre se reflete sobre esta responsabilidade Um dia não apenas o próprio Cristo, mas também aqueles que não O conheceram por nossa omissão, haverão de cobrar de cada um aquilo que deixaram de fazer para difusão da Boa Nova. Testemunhar Cristo deve ser o empenho de todo cristão seja onde estiver. Unidos ao divino Redentor o qual ao elevar-se aos céus se acha assentado à direita do Pai, mas que ficou presente junto de seus seguidores aqui na terra no sacrário de nossas Igrejas. Todos ligados a Ele como os ramos à videira, dando frutos opimos para a própria salvação e a salvação dos irmãos na fé. Unidos a Jesus na Eucaristia prosseguimos sua obra de evangelização em nós, por nós e em todo lugar onde estivermos. Todo cristão deve ser um missionário do Evangelho. Aliás, esta solenidade da Ascensão é já uma preparação para o próximo domingo de Pentecostes e será sempre iluminado pelo Espírito Santo que Jesus enviou de junto do Pai, que cada um poderá trabalhar na vinha do Senhor, anunciando o Evangelho. Por isto cumpre subir em espírito até o céu para onde foi o Mestre divino, mas cumpre logo descer ao íntimo de nossa alma, que é também um céu, pois quem está em estado de graça é a morada da Trindade Santa. Por tudo isto a solenidade da Ascensão envolve os cristãos numa mensagem de esperança. Um dia, realmente, todos estarão com Jesus na sua glória na Casa do Pai por toda a eternidade. A vida do cristão neste mundo tem, portanto, um sentido maravilhoso, um destino sublime. Pela fé, já nesta terra, O sentimos perto de nós e nos dispomos a segui-lo nele depositando absoluta confiança, repletos de seu amor. Deste modo, o mundo poderá perceber a presença de Cristo através de seus seguidores, por meio de suas palavras e de suas ações. Mais do que nunca um mundo materializado e divorciado das realidades eternas precisa de testemunhas das mensagens que o Filho de Deus veio trazer para salvação eterna de todos. São Gregório em célebre homilia lembrou que indo para o céu Cristo destruiu nossa corrupção pelo poder de sua incorruptibilidade, mas ofereceu pelo Espírito Santo grandes dons aos homens. São os diversos carismas que cada um deve cultivar para o bem de todos. (1 Cor 12, 4-12). Somente assim a Ascensão de Cristo representa de uma maneira antecipada a vitória de cada um dentre nós na luta contra o mal, arrancando a muitos das seduções diabólicas. O Papa São Leão Magno lembrava então aos fiéis: “Porque a Ascensão de Cristo é também a nossa e porque a glória do Chefe funda a esperança de todo corpo, exultemos nos sentimentos de uma justa alegria e regozijemo-nos num hino de fervente ação de graças” isto porque a Ascensão de Jesus é de certo modo também a nossa ascensão, pois somos membro do Corpo místico do qual Ele é a cabeça. Nossa humanidade nele e com Ele está junto do Pai. É preciso então, verdadeiramente, viver com Cristo. Hoje, mais do que nunca, se deve lembrar as palavras de São Paulo aos Colossenses: “Se ressuscitastes com Cristo procurai as coisas do alto lá onde se encontra Cristo, assentado à direita de Deus. Procurai as coisas do alto e não as da terra” (Cl 3,1). Entretanto, como foi dito, é preciso que cada um esteja em estado permanente de missão, prolongando o projeto salvífico do Filho que se Encarnou e que retornou ao céu. Ele confia inteiramente no apostolado de todo seu seguidor. * Professor no Seminário

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