sexta-feira, 29 de maio de 2009

A EUCARISTIA NA VIDA DO CRISTÃO

A EUCARISTIA NA VIDA DO CRISTÃO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Há aspectos do culto eucarístico que devem sempre ser refletidos.
Existe um liame profundo entre a Eucaristia e a Vida Eterna.
Com efeito, as palavras de Jesus foram claras: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne pela vida do mundo” (Jo 6,51).
Tais sublimes palavras devem ser correlacionadas com esta outra promessa: “E eu preparo para vós um Reino, como o Pai o preparou para mim, para que possais comer e beber à minha mesa no meu Reino, e vos sentareis no trono para julgar as doze tribos de Israel” (Lc 22,29-30).
Deste modo, a participação eucarística é uma prefiguração, um antegozo e dom antecipado do futuro Reino de Cristo.
Eis por que o cristão que se aproxima da Eucaristia já degusta nesta terra as delícias que o Pai preparou para os que lhe são fiéis (Rm 8,18).
Como no céu todos estarão reunidos para glorificar perpetuamente ao Ser Supremo, a Eucaristia congrega os fiéis em um mesmo lugar para antecipar, neste mundo, o que se dará por toda a eternidade.
É a reunião em comum de que fala a Carta aos Coríntios (1 Cor 11,20). A Didaqué ou doutrina dos doze Apóstolos, catecismo cristão escrito entre 60 e 90 d.C. aborda este aspecto: “ Como este pão partido estava espalhado sobre as colinas e, reunido, tornou-se uma coisa só, assim a tua Igreja seja reunida dos confins da terra no teu Reino”.
São Paulo assim se expressara: “ Porque há um só pão, um só corpo somos nós, embora muitos, visto participarmos todos do único pão” (1 Cor 10,17).
Daí a importância de estarem os batizados reunidos na mesma Igreja, sobretudo aos Domingos, congregados diante da Eucaristia.
Fortificados pelo Pão da Vida Eterna, podem todos então prosseguir na caminhada para a Casa do Pai. Robustecidos para vencer as tentações e as dificuldades desta passagem por esta terra, sabedores de que o ingresso para o banquete eterno se dará por uma porta estreita (Mt 7,14).
Esta visão prospectiva é de vital necessidade.
Com efeito, quantos se prendem às vaidades mundanas, se escravizam aos bens terrenos porque perdem o rumo do Paraíso, longe da dimensão escatológica da Eucaristia.
Tudo isto comprova a necessidade de uma preparação aprimorada para se aproximar da mesa eucarística.
A advertência do Apóstolo não pode nunca ser esquecida: “E por isto todo aquele que comer o pão e beber o cálice do Senhor indignamente, torna-se culpado para com o corpo e o sangue do Senhor. Examine, pois, cada qual a si mesmo e, assim coma deste pão e beba este cálice, pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, como e bebe a própria condenação” ( 1 Cor 11, 27-30).
Nunca se pode comungar em estado de pecado mortal. Hoje, há, infelizmente, uma corrente de falsos teólogos que dizem bastar o ato penitencial no início da Missa. Isto não é verdade.
Há, sim, o arrependimento e a purificação das faltas veniais, dispondo o comungante para que faça uma fervorosa comunhão.Quem, porém, não está em estado de graça precisa primeiro passar pelo Sacramento da Penitência, fazendo uma ótima Confissão.Todo respeito é devido à Eucaristia, penhor da Vida Eterna!.* Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

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