terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O PECADO DO AUTO-EROTISMO

O PECADO DO AUTO-EROTISMO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Pediram a este articulista um texto sobre o auto-erotismo, ou auto-estimulação do prazer, comumente dito masturbação. Há um texto bem sugestivo de São Paulo: “Andemos dignamente, como convém em pleno dia, não em bacanais e comezainas, nem em lascívias e em impudicícias, nem em contendas e no ciúme. Mas revesti-vos do senhor nosso, Jesus Cristo, e não queirais afagar a carne, satisfazendo-lhes as cupidezes” (Rom, 13, 13-14). Quem se entrega ao auto-erotismo está sempre envolto em pensamentos lascivos, impudicos, lúbricos. Uma prova disto é que os próprios jovens que entram em sites pornográficos reconhecem que para se livrar da escravidão do vício solitário a fuga destes programas logo se impõe, bem como dos filmes eróticos. Quando, por exemplo, os jovens por curiosidade olham fotos pornográficos, esta ação começa a excitar seus desejos sexuais e cria uma imagem, imagem idealizada, de um parceiro sexual. Cada pessoa desenvolve uma representação interna do seu parceiro sexual ideal. Mas a dificuldade com a pornografia é que a imagem criada é inatingível. As mulheres e os homens que posam para as revistas ou para os sites da internet não são personagens da vida real. Suas fotos, além ditos, estão retocadas. Suas poses não são as naturais nas experiências futuras do sexo sadio no casamento. Daí toda uma turbulência de efeitos devastadores. O sexo marital é inteiramente diferente da paixão ocasionada por imagens fantasmagóricas. Todo potencial em vista de uma intimidade emocional fica de plano cortada, mutilada. É a intimidade emocional que traz toda profundidade da satisfação no sexo, não somente o prazer físico como bem o demonstram os bons psicólogos. Quer a masturbação, quer a pornografia estão destituídas de intimidade e de relações interpessoais sadias. Nos planos de Deus a expressão sexual deve ser realizada por duas pessoas de sexo diferente, homem e mulher. O sexo foi feito para o casamento. O onanista se torna orgulhosamente auto-suficiente e desvia o prazer sexual de sua finalidade última. Torna-se como uma pessoa a praticar o sexo numa ilha deserta. Daí o sentimento de vergonha secreta, e autocondenação, de culpabilidade que toma conta do que procura o auto-erotismo. Este estado de espírito bloqueia o crescimento espiritual. A falta de autodisciplina impede crescer em Cristo e a marchar segundo o Espírito. O jovem ou a jovem que se entrega a esta desordem moral está colocando um óbice para o bom relacionamento sexual no casamento, dado que se torna uma pessoa egoísta que pouco se importará com seu cônjuge. Daí a desarmonia sexual futura de graves conseqüências. Conflitos sexuais infalivelmente surgirão. Ou o marido ou a esposa se sentirão mal amados e inquietos. Jesus deixou bem claro: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo". (Jo 8,34 Quem se masturba não pode comungar antes de se confessar. Diz São Paulo: "Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice" .(1 cor 11,27-28). A culpabilidade de quem comete tal pecado só Deus a pode aquilatar, mas o perdão de todo pecado grave é obtido pelo Sacramento da Confissão e existe o sexto mandamento da Lei de Deus: “Não pecar contra a castidade”. Quem adquiriu o vício do auto-erotismo para se livrar dele precisa fugir das ocasiões de pecado. Diz a Bíblia: "O coração empedernido acabará por ser infeliz. Quem ama o perigo nele perecerá" (Eclo 3,27). Necessita purificar os seus pensamentos e ser mortificado. A oração, além disto, alcança a libertação total. A confissão que oferece o remédio medicinal contra o pecado e a comunhão que é a força do cristão que deseja se libertar do Maligno são imprecindíveis. O jovem deve ter sempre o ideal de ser um bom pai e uma ótima mãe e monitorar o sexo tendo em vista um lar feliz. Imensa a alegria daqueles que são virtuosos! * Professor no Seminário de Mariana - MG

Nenhum comentário:

Postar um comentário